Letícia Spiller se junta a agência da ONU para ajudar refugiados no Brasil
Letícia Spiller se tornou parceria da ACNUR, agência da ONU (Organização das Nações Unidas) para refugiados. A atriz iniciou a colaboração com a ONG no ano passado, antes da pandemia do novo coronavírus surgir no planeta, e deu uma entrevista ao "Gshow" para falar sobre o assunto.
"Entre tantas questões, foram as mães, que são forçadas a abandonar tudo com seus filhos bebês, que mais me tocou. Muitas vezes são bebês de colo... Uma família inteira! Elas precisam sair de suas casas, do seu lar e do seu país de origem para salvar a vida dos seus filhos. Elas passam fome, enfrentam condições extremas. São mulheres guerreiras em prol da vida dos seus filhos. Mas são muitas outras histórias, umas diferentes das outras, que tocam o nosso coração. Não tem como não tocar", disse.
Letícia garantiu que, quando a pandemia acabar, vai se aproximar ainda mais da ACNUR para conhecer melhor as necessidades dos refugiados e procurar formas de ajudar. "Com esses encontros quero promover interações e trocas. Que a gente possa estar junto nessa causa e, ao mesmo tempo, mais próximos. Poder vivenciar essas histórias de perto. Quem sabe, formar parcerias com algumas pessoas. O que eu pretendo fazer vai vir muito desse trabalho... Do trabalho de campo. Não é nada pensado agora. Vai surgir naturalmente do meu trabalho com o ACNUR e com os próprios refugiados", explicou.
Começou com um bolo
Uma das histórias que motivou a atriz a entrar de cabeça nessa campanha foi a da venezuelana Adriana Camargo, de 33 anos: formada em gerência e administração de Recursos Humanos, atleta de escalada esportiva na Venezuela, sua terra natal. Quando a crise se abateu sobre o país, ela precisou migrar para o Brasil em busca de condições melhores.
Depois de trabalhar como doméstica e cozinheira de um restaurante em Brasília, ela e o companheiro se mudaram para São Paulo, onde ela começou a produzir a Torta Negra, receita que aprendeu com sua tia. Adriana se inspirou e conseguiu abrir um restaurante com pratos típicos da Venezuela.
Letícia conheceu o trabalho de Adriana e ela mesma resolveu fazer a Torta Negra em casa — a receita ficou disponível no site da ONG. "A ideia de fazer o bolo surgiu justamente por eu ser uma pessoa que adora cozinhar e aprender novas receitas. E poder participar desse trabalho, do Prato do Mundo, com várias receitas de várias partes do planeta, de refugiados de vários países, que lançou agora no Natal. Amei a receita, uma delícia. O que mais me encantou foi o licor. Porque as frutas secas e as castanhas ficam banhadas nele de um dia para o outro. Então, o bolo tem esse gostinho", comentou.
A atriz disse esperar que as questões dos direitos humanos, defendido pela ACNUR, se estenda também à educação e inclusão social. "O ACNUR alcançou muitas coisas, mas ainda falta que os refugiados tenham respaldo jurídicos em relação à educação e à inclusão. Muitas vezes, uma pessoa consegue se refugiar em um país, mas não consegue trabalhar, estudar. Então, expandir isso, em termos de educação, oferecer mais bolsas e também melhorarmos a nossa educação para oferecermos isso para essa causa. E trabalhar a inclusão social. Para que eles tenham oportunidades. Recomeçarem suas vidas com novos trabalhos, novas chances. Isso é o que mais desejo. Que a gente seja um só", frisou.
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