Supla sobre presença de artistas em realities: 'Precisa passar por isso?'
Do UOL, em São Paulo
06/02/2021 18h07
O cantor Supla questionou a presença de artistas em realities de televisão. Ele, que participou da Casa dos Artistas, em 2001, revelou que nunca mais assistiu programas do segmento, mas vê uma dinâmica "meio sanguinária".
Em longa entrevista para O Globo, o Papito contou que, mesmo não assistindo o Big Brother Brasil 21, sabe o que está acontecendo e definiu como "complicado" o que está acontecendo com Karol Conká, que foi "cancelada" fora de casa pelas suas ações no jogo.
"Por ter participado de um reality, confesso que nunca mais assisti. Mas sei o que está rolando com a Karol, vira e mexe aparece algum vídeo ou tweet. Complicado, né? Apesar de algumas pautas relevantes que são discutidas lá dentro e transbordam, acho a dinâmica meio sanguinária", opinou.
"As pessoas aqui fora compram mesmo essas ideias? O artista precisa passar por isso para alcançar o reconhecimento? Eu tive que passar, mas era o primeiro reality do país, há 20 anos", analisou.
O cantor de 54 anos ainda admitiu que tem medo de falar besteira também nas redes. Ele explicou por que decidiu se arriscar durante a pandemia do coronavírus na internet, mesmo nunca ter sido fã do Instagram.
Supla grava vídeos, conversa com os fãs e sempre coloca um tom irônico e com personalidade nos seus posts. "As novas gerações me parecem bem menos preconceituosas, o que facilita o diálogo sempre. Tem um frescor jovial nessas trocas que se relaciona com meu espírito", conta.
Porém, Papito lembrou que é necessário tomar cuidado com o temido "cancelamento". "Lógico que penso nisso, todo mundo está sujeito a falar merda um dia. E ali no meu perfil estou conversando com muita molecada, né? Tenho que ser cuidadoso."
Lei Rouanet e bronca no governo
O cantor Supla afirmou que nunca pensou em usar a Lei Rouanet e tem orgulho ter construído a carreira na música independente — ainda mais sendo filho de Marta e Eduardo Suplicy.
"Nunca pensei em usar Lei Rouanet, sabe? Minha mãe foi ministra da Cultura, bicho. Eu seria perseguido pro resto da vida", afirmou o artista, em longa entrevista para o Globo.
O cantor ainda comentou sobre o documentário "Babenco - Alguém Tem Que Ouvir o Coração e Dizer: Parou", dirigido pela ex-namorada, a atriz Bárbara Paz.
Para o Papito, o governo federal errou ao não apoiar a campanha do projeto ao Oscar. O filme é o representante brasileiro para uma indicação ao prêmio máximo do cinema na categoria melhor filme internacional.
"O Mario Frias era ator, né? Não apenas por isso, mas é obrigação da secretaria de Cultura ajudar a Bárbara e o filme em busca do Oscar. Seria importante demais para representar o país lá fora. É desesperador que isso esteja rolando, que nada esteja sendo feito", criticou.