Apresentador da Record fala sobre relação com namorado 26 anos mais novo
O jornalista e apresentador da RecordTV, Fábio Ramalho, de 45 anos, falou publicamente há alguns dias sobre seu namoro com o tiktoker João Paulo dos Santos, de 19 anos. A "revelação" pegou muita gente de surpresa, mas ele garantiu que nunca escondeu sua sexualidade.
"Na verdade, nunca expus muita coisa da minha vida pessoal nas redes sociais. Mas está longe desta ter sido a primeira vez. Meu foco sempre foi meu trabalho e meus projetos sociais", disse ele em entrevista para a "Quem".
Ele prosseguiu: "Eu vim da apresentação de jornalísticos policiais. Em uma cidade como o Rio de Janeiro, ser público e expor alguém, principalmente um relacionamento, era algo a ser analisado com muito cuidado. Evitava até postagens com minha mãe ou irmãs quando estavam no Rio. Quando migrei para o entretenimento da emissora que trabalho, deixei de andar de carro blindado e comecei a ficar mais confortável com essa questão. Mas isso, nem de longe, quer dizer que eu 'escondia' alguma coisa de alguém", frisou.
Questionado se teve medo de represálias por causa de sua sexualidade, Fábio voltou a frisar que nunca a escondeu. "Eu nunca escondi minha sexualidade de ninguém. Familiares, amigos, colegas do trabalho, até patrocinadores dos meus quadros, sempre souberam da minha orientação. Que eu saiba, isso nunca fez diferença para alguém".
Quem frequenta o meio LGBTQI+ no Rio de Janeiro sabe que eu sempre fui figurinha fácil de ser vista, acessível e sem nada para esconder, com ou sem namorado ao lado. Daí, a ter que fazer militância para ser considerado gay, há uma grande diferença. No meu trabalho, nunca sequer perguntaram para que time eu torço, como informação profissional relevante.
Fábio continuou: "Trabalho há 20 anos no mesmo canal. As pessoas precisam se libertar do preconceito de que 'se você não parece, você não é'. 'Se você não milita, você é mal resolvido'. Achar que para ser gay precisa ser afeminado, é um ranço terrível do passado".
Preconceito com a diferença de idade
Sobre a diferença de idade para seu namorado — são 26 anos entre eles —, Fábio disse que há preconceito. "Todo tipo de preconceito incomoda. Eu sempre tentei 'blindar' quem estivesse comigo de exposição na mídia de forma equilibrada, inteligente. Se namorasse com mulheres a preocupação seria a mesma. Mas isso, repito, não significa esconder.
Se fosse um homem de 45 anos com uma jovem de 19 ou 20 anos, ele seria o 'garanhão', 'pegador', certo? Mas como são dois homens, aí os conceitos se confundem completamente. O nome disso? Preconceito, preconceito e preconceito!
Ele explicou em seguida que sempre se envolveu com parceiros mais jovens do que ele. "Assim como outras pessoas preferem mais velhos, carecas, gordos, magros, eu me relacionei com pessoas mais novas que eu, inclusive quando, na adolescência, namorava meninas. Se não vivi solteiro até os 45 anos é porque também há pessoas que se envolvem com parceiros mais maduros e gostam disso. Qual o problema nisso?".
"Nunca me envolvi com quem não soubesse exatamente o que estava fazendo. O João Paulo é maior de idade, inteligente, e além de bem resolvido, tem o trabalho dele na internet com a aprovação da família em tudo. Por isso estamos juntos", comentou o jornalista, que disse estar com João Paulo há quase um ano.
No entanto, o casal mora junto há pouco tempo. "A decisão dele vir para o Rio de Janeiro foi tomada depois, já que ele morava em Goiânia. Por isso, hoje moramos juntos, vivendo uma relação estável e saudável. Conheço casais heterossexuais, homossexuais, transsexuais que, inclusive, aconselhamos quando estão em crise em seus relacionamentos. E nem por isso somos mais ou menos que outros casais".
Apoio do público e recado a comunidade LGBTQI+
Fábio disse ter recebido muito apoio nas redes sociais depois de falar abertamente sobre sua orientação. "Sempre. Inclusive, porque não foi a primeira vez que postei fotos com ele. Viajamos muito, postamos fotos nas redes sociais; e quando perguntam, sempre deixamos claro o que somos: namorados".
Eu não acredito que seja preciso rótulo na testa, fotos ou militar para assumirmos algo. Ninguém nunca me perguntou se sou hétero! Porque teria que me apresentar dizendo que sou gay ou bi? Nunca enganei ninguém, nunca tive relacionamentos fakes para esconder algo. A vida é de cada um. Não aponto o dedo para dizer como alguém tem que conduzir sua vida sentimental. Trabalho com público variado, desde pessoas idosas até infantil por conta do Operação do Bem, projeto social que criei. Porque seria necessário ser diferente?
O jornalista não escondeu que já foi bastante paquerado na internet, e que já mandou as famigeradas "nudes" ."Sou um ser humano como qualquer outro. Já recebi cantadas, já dei cantadas, já paquerei, já recebi e enviei fotos", explicou.
A respeito de parceiros famosos, Fábio disse que já "ficou" com alguns. "Essas coisas acontecem. Frequento um meio de televisão, já apresentei programas regionais, em rede nacional etc. É natural que conheça pessoas do meio artístico e também de fora dele".
"Graças a Deus, tenho dois quadros de entretenimento na TV, represento algumas marcas em comerciais de televisão e ações de merchandising. Normal que isso gere exposição e exposição gere relacionamentos de todos os tipos. Como tenho 45 anos, o João Paulo não é o meu primeiro namorado. Tão pouco sou o primeiro relacionamento dele. Mas esperamos que seja para sempre e que possamos evoluir para uma relação estável e oficializada no futuro. Mas esse futuro, só a Deus pertence", declarou em seguida.
Por fim, Fábio deixou uma mensagem ao público LGBTQI+: "Que o combate ao preconceito comece de dentro para fora. Me entristece muito perceber que, dos poucos comentários negativos que recebi - pouquíssimos na verdade -, a maioria não é de radicais conservadores".
São de integrantes de uma mesma comunidade gay, infelizmente ainda não tão bem representada, que insiste em 'tirar do armário' até quem já está fora dele. Deixem as pessoas em paz, viverem o que quiserem, para que nossas próximas gerações sejam melhores. Discriminar por diferença de idade, por não 'parecer' gay ou coisas do tipo, é tão preconceito quanto o preconceito racial ou religioso.
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