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Renata Silveira estreia no esporte da Globo: 'Sensação de ser desbravadora'

Renata Silveira estreia como primeira narradora de futebol da Globo - Reprodução/Instagram
Renata Silveira estreia como primeira narradora de futebol da Globo Imagem: Reprodução/Instagram

Marcela Ribeiro

Do UOL, no Rio

10/03/2021 12h09

É hoje! Renata Silveira estreia como a primeira narradora de futebol da Globo na transmissão da partida entre Moto Club e Botafogo, às 21h30 no SporTV. Contratada pela emissora em dezembro do ano passado, ela começou a carreira em 2014 após vencer o concurso 'Garota da Voz' da Rádio Globo e comandar a partida entre Uruguai e Costa Rica na Copa do Mundo no Brasil.

Na Fox Sports, a jornalista narrou o Mundial da Rússia, em 2018. após ser selecionada no projeto do canal chamado "Narra Quem Sabe", comandado pela jornalista Vanessa Riche, sua inspiração na carreira.

Apesar da experiência, ela entende que estrear no Grupo Globo, com possibilidade de narrar no canal aberto, que nunca teve uma voz feminina na narração de um futebol, tem um peso maior.

A sensação é de ser uma desbravadora, abrindo caminhos para as próximas que virão. Uma responsabilidade muito grande, mas ao mesmo tempo, estou muito confiante, por atuar na área desde 2014.

Aos poucos, as mulheres ganham cada vez mais espaço no esporte, inclusive na Globo, mas Renata percebe que o quadro de funcionários ainda não está equilibrado.

"É um caminho sem volta. As mulheres estão conquistando seu espaço em diversas funções do jornalismo esportivo, com talento e trabalho. O equilíbrio ainda não existe, mas vamos chegar lá".

E será que atualmente Renata ainda escuta piadinhas machistas, do tipo que "mulher não entende de futebol"?

Infelizmente ainda é uma realidade muito presente no meu dia a dia. Reajo ignorando e isso muitas vezes é combustível para continuar e fazer ainda melhor.

Ela costuma acompanhar as repercussões e críticas de seu trabalhos nas redes sociais, mas avisa: "Caso ache um dia que isso está me fazendo mal, paro de olhar".

"Talento e conhecimento não têm gênero"

Dividir a narração da partida de futebol com comentaristas mulheres seria interessante para Renata, mas ela tem preferência por um trabalho misto, com os dois gêneros.

"Talento e conhecimento não têm gênero. Meu voto é para que as transmissões sejam mistas, mas se tiver uma transmissão 100% feminina, vou adorar também".

Jogo dos sonhos

Narradora de importantes partidas da Copa do Mundo, incluindo alguns jogos do Brasil e a grande final de 2018, ela tem o desejo de emocionar os telespectadores com um hexa brasileiro.

"Comecei da melhor forma possível. Mas narrar o Brasil campeão da Copa do Mudo seria um sonho".

Formada em Educação Física e pós graduada em Jornalismo Esportivo. A jornalista conta que nunca imaginou que seria uma narradora, apesar de o futebol estar sempre presente em sua vida.

"Desde a infância, acompanhando meu pai e minha irmã no estádio e brincando na escola. Mas o interesse pela profissão é recente. Na época em que estava cursando a pós, surgiu o concurso da Rádio Globo 'Garota da Voz', e foi ali que tudo começou".

'Não tem essa de coisa de menina e coisa de menino'

Mãe do pequeno Bernardo, Renata reconhece que seu filho é de uma geração bem diferente da sua, por isso, não lhe causa estranheza saber que a mãe é narradora de futebol. Pelo contrário, mãe e filho se divertem juntos narrando a arrumação dos brinquedos da casa.

"Ele vê a mãe amando futebol e trabalhando com isso. As amigas da escola jogam bola com ele na hora do recreio, não tem essa de 'coisa de menina' e 'coisa de menino'. Tenho uma academia de dança no Rio de Janeiro onde ele faz aulas de hip hop e sapateado. Para ele, dança também é coisa de menino e futebol também é coisa de menina".