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Maitê Proença lembra nudez em 'Dona Beija': 'Nenhuma velhinha reclamou'

O banho na cachoeira de Dona Beija (Maitê Proença), em "Dona Beija" (Rede Manchete, 1986) - Reprodução
O banho na cachoeira de Dona Beija (Maitê Proença), em "Dona Beija" (Rede Manchete, 1986) Imagem: Reprodução

Colaboração para o UOL, em São Paulo

26/03/2021 21h44

A atriz Maitê Proença, de 63 anos, lembrou nesta sexta-feira de um dos seus trabalhos na televisão. Durante uma live em um canal no Instagram, ela contou sobre as cenas de nudez na novela "Dona Beija", baseada em fatos reais e que foi transmitida na extinta Rede Manchete em 1986.

Na novela, escrita por Wilson Aguiar Filho e dirigida por Herval Rossano, Maitê interpreta a prostituta Ana Jacinta de São José, que era conhecida como Dona Beija. Ela viveu entre 1800 e 1863 e era da cidade de Araxá, em Minas Gerais.

Na conversa, a atriz conta que as cenas de nudez não eram à toa, não havia uma exploração do corpo. "Não tinha tanta cena de nudez. Como foi a primeira vez que acontecia isso, as cenas marcaram muito. Mas, na verdade, foram bem poucas. Em cada uma delas, eu fui para ilha de edição com o Herval (Rossano, que era diretor da novela), pois eu dizia que não queria que explorassem cenas do meu corpo só por filmar. Tinha que ter um contexto, caso não eu iria embora", conta ela.

Maitê conta que as cenas eram muito bem editadas e bem trabalhadas, sem agressividade para quem tivesse assistindo. Por isso, ela nunca foi condenada pelo público.

"Não teve nenhuma velhinha que chegou para mim na rua e falou 'ô sua desenvergonhada'. Nunca ninguém reclamou. Pelo contrário, elas gostavam", brinca a atriz.

A atriz ressalta a importância que foi fazer a personagem e como ela ajudou no enfrentamento do conservadorismo na televisão brasileira. "Na verdade, ela era uma prostituta, transava com vários homens e ela transgredia em muitos assuntos. A Beija mandava matar, chegando até mandar matar o homem que ela mais amou na vida", destacou Maitê.

Questionada sobre dar vida para personagens de épocas tão antigas, a atriz avalia que o figurino contribui para incorporar uma pessoa de um período em que ela nunca viveu, ainda mais encenar uma pessoa que de fato existiu. "Claro que primeiro a gente se informa, aprende quem foi aquela pessoa. A minha experiência é que quando você coloca a roupa o personagem bate. Alguma coisa acontece, porque você não pode mais se sentar como se estivesse de jeans. É uma questão de informação com concentração, com o figurino, que a personagem vem", disse ela.

Em relação ao figurino de Dona Beija, Maitê disse que chegava a sentir dores no corpo. "A roupa da Dona Beija pesava 12 quilos. Eu ficava com dores no corpo por causa do peso da roupa, era o dia todo", afirmou.