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Repórter acha por acaso homem que perdeu mulher por falta de leitos de UTI

Do UOL, em São Paulo

08/04/2021 13h55

O repórter Filippo Mancuso entrevistava o secretário de saúde de Taboão da Serra (SP), José Alberto Tarifa, para o SP1 (TV Globo) quando encontrou, por acaso, um homem chorando a morte de sua esposa por covid-19.

Sebastião Nonato havia acabado de ouvir dos médicos da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) que Dona Maria Celeste, de 53 anos, havia falecido esperando por um leito de UTI para poder tratar das complicações trazidas pela infecção por coronavírus.

"Dois dias aguardando. Essa covid-19 está matando qualquer idade, independente de ser idoso ou não. Todos nós somos grupo de risco, infelizmente", declarou Nonato em entrevista ao repórter.

O curioso é que Mancuso falava com Tarifa justamente sobre o fato de Taboão da Serra não ter leitos de UTI e precisar da rede estadual para acomodar seus pacientes graves. Segundo a reportagem, Maria Celeste foi a 38ª pessoa a morrer de covid-19 enquanto esperava por um leito de UTI na cidade.

"O estado nos fornece os leitos de UTI. Tivemos um momento bastante crítico no começo de março, ficamos quatro dias sem receber nenhuma vaga de leito de UTI. Depois da exposição da mídia, o estado começou a nos fornecer vagas constantemente. Tivemos um dia em que nós recebemos 11 vagas, e hoje a gente vem recebendo entre 2 e 3 vagas todos os dias. Isso desafoga bastante", afirmou Tarifa.

De acordo com a reportagem, mais de 360 pessoas já morreram vítimas da covid-19 enquanto esperavam por leitos de UTI na Região Metropolitana de São Paulo.