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Taís Araújo, Felipe Neto e Lucas Penteado repudiam ação em Jacarezinho

Casa no Jacarezinho, após operação policial que matou 25 pessoas - OAB
Casa no Jacarezinho, após operação policial que matou 25 pessoas Imagem: OAB

Do UOL, em São Paulo

07/05/2021 13h17Atualizada em 07/05/2021 13h44

Artistas, influenciadores e famosos repudiaram a ação da Polícia Civil na favela do Jacarezinho, zona norte do Rio, que matou 25 pessoas e se tornou a mais letal da história do Rio de Janeiro. A operação registrou ao menos 25 mortos —entre eles, um policial baleado na cabeça. A identidade de 24 mortos não foi divulgada.

Um grupo de manifestantes fez um protesto na manhã de hoje nos acessos à comunidade. A ação de ontem ocorreu após o STF (Supremo Tribunal Federal) restringir operações durante a pandemia e a menos de uma semana da posse definitiva do governador Cláudio Castro (PSC).

A Polícia Civil do Rio de Janeiro responsabilizou o que chamou de "ativismo judicial" pela morte do agente. Sobre a operação, o delegado Felipe Curi, do DGPE (Departamento Geral de Polícia Especializada), referiu-se a suspeitos mortos como "homicidas" ao citar que foram baleados em troca de tiros com os policiais.

Assim como o Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos e o prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD) criticaram a violência na comunidade, famosos exigiram explicações e classificaram como chacina.

Felipe Neto

No Twitter, o youtuber Felipe Neto criticou a imprensa por não adotar o termo chacina ao falar das 25 mortes.

O que aconteceu no Jacarezinho foi uma chacina. Ler parte da imprensa chamando de "operação" me embrulha o estômago. Se execução resolvesse crime, o mundo já teria se livrado dele desde a Lei de Talião. Foi chacina, não foi operação.

Felipe Neto também compartilhou notícias e uma charge com referências ao novo álbum de Anitta, "Girl From Rio".

Taís Araújo

A atriz disse que era um absurdo as pessoas não se incomodarem com o ocorrido e lembrou do ataque à uma creche em Saudades (SC), com cinco mortos e um ferido.

Mesmo tendo recursos para me proteger e me alimentar, mesmo não estando em região de disputa de terras, ou em Santa Catarina e até mesmo no Jacarezinho presenciando uma chacina é impossível ver tudo isso e não me abalar. Como não sentir muito? Como não me importar com tudo que está acontecendo? É absurdo! Quem consegue se manter ileso e não se afetar diante desse pesadelo coletivo, precisa rever urgentemente o próprio senso de humanidade

Tia Má

A jornalista e apresentadora Tia Má comparou a ação com uma tragédia em nível nacional.

A chacina do Jacarezinho não foi só no Rio de Janeiro, foi no Brasil inteiro. O mesmo modus operandis de chegar na favela matando a rodo, qualquer pessoa que esteja pela frente ou que seja 'suspeito'. Ser suspeito de um crime não é sentença de morte. Sabemos quem morre por isso! E é desesperador, porque bate uma aflição, um medo porque sabemos que pode virar 'referência'. Esse 'combate às drogas' não acaba com o tráfico, apenas com as vidas de pessoas, todas de um mesmo tipo. Uma 'operação' dessas jamais aconteceria no Leblon e lá também tem criminoso!

Lucas Penteado

O ex-BBB Lucas Penteado disse que o país todo morreu "sentado em uma cadeira de plástico", remetendo a imagem do rapaz morto em Jacarezinho enquanto estava sentado.

Quando um jovem morre, o Brasil morre. Quando um jovem preto morre, o Brasil morre. Hoje o Brasil morreu sentado numa cadeira de plástico num beco do Jacarezinho.

Aline Mindlej

A jornalista da GloboNews Aline Mindlej também focou que o termo correto tem que ser chacina e lamentou as mortes.

O nome disso é chacina. O Brasil morre mais um pouco, quando uma parte dele ainda acha que não é.

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