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Caio Castro lembra quando esquecia de decorar texto porque estava na praia

Caio Castro - Reprodução/Matheus Coutinho
Caio Castro Imagem: Reprodução/Matheus Coutinho

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/05/2021 08h01Atualizada em 18/05/2021 08h01

Revelado aos 18 anos em um concurso no "Caldeirão do Huck" (Globo), Caio Castro mantém uma fama de bad boy que dura até os dias de hoje. No entanto, o namorado de Grazi Massafera rejeita o título, afirmando que jornalistas o classificaram como tal.

Eu discordo (sobre ser chamado de bad boy), partindo de que, na época, a gente não tinha muito poder de resposta imediata, não tinha a rede social com milhões de seguidores. Uma parcela (de jornalistas) não está preocupada em levar notícia, informar. Está preocupada com o bolso dela, está preocupada com quantos cliques ela vai receber", alfinetou o ator de 32 anos em entrevista ao programa "Reclame", da rádio Play.

Então, o que era mais lucrativo dentro deste mercado, que é gigantesco? Era o cara bad boy, solteiro, que passava o rodo, brigava e não aceitava desaforo ou quem de fato ele realmente era? Por que eu sempre fui essa pessoa hoje que você está vendo, obviamente com um pouco menos de responsabilidade e compromisso, o que era natural da minha pouca idade. E era totalmente aceitável dentro das condições em que eu me enquadrava.

Ele relembrou o começo da carreira, em "Malhação", e fez um mea culpa sobre o fato de não decorar textos quando começou a trabalhar como ator. "Do dia para a noite, me tiraram de São Paulo, da quebrada (Caio é de São Bernardo do Campo), e me colocaram no Rio de Janeiro de frente para a praia, com uma graninha boa no bolso", explicou ele.

"E aí, como é que faz? O diretor chegava para mim e falava: 'Pô, mas você não decorou o texto hoje'. Eu falei: 'Mas, irmão... Desculpa. Eu juro: estava na praia e não vi a hora, cara'. Eu sempre fui muito honesto neste sentido. Acho que um dos pontos que segurou a minha onda nessa fase... Sei lá, se posso chamar isso de 'rock star', era a minha honestidade", prosseguiu.

Se chegava a um programa e falavam: 'Cara, você tinha que estar aqui duas horas atrás'. 'Mas desculpa... A praia estava demais'. Eu falava a real, entende? É muita coisa... Quando eu falo que discordo em parte (em ser chamado de bad boy) é porque o bad boy era um personagem que era muito lucrativo naquela época. Mas hoje o público já não é besta, entende? Ninguém mais engole esse sapo. 'Ah, a mídia fala o que quer'. Eu não vou aceitar que fale qualquer coisa da minha pessoa.

Com o afastamento dos sets de filmagem por causa da pandemia, Caio disse sentir saudades do agito de uma gravação. "No começo eu segurei a onda melhor do que estou segurando agora. Estou há quase dois anos para fazer um filme, saí de uma série porque eu estava sentindo a falta de encontros presenciais", lamentou.

"Em quase 13 anos de carreira, que não é muito, mas também não é pouco, eu sempre tive encontros para bater texto, para olhar no olho, para testar a energia. Comecei a pedir isso nos projetos que estavam aparecendo, de série e de cinema. E a galera falava: 'Não, isso é impossível'. E eu: 'Tudo bem, cara. A gente faz um PCR antes de ir. A gente precisa'. Eu cheguei até a sair de uma que não estava rolando. E o filme que está rolando não está rolando também. A falta é de um todo, de ver gente, se sentir as coisas acontecerem. Até o estresse está me fazendo falta", finalizou.