Juliette Freire sobre expectativas: 'Eu tenho medo desse endeusamento'

Juliette Freire, fenômeno do BBB 21, falou sobre corresponder expectativas de fãs e revelou ter medo de um endeusamento exagerado.

"Eu tenho muito medo desse endeusamento. 'Ai, você é perfeita, você não erra'. Eu recuso qualquer ideia desse tipo veemente. Quando eu escuto, eu já falo 'Eu erro, eu erro sim, eu quero mostrar meus erros', contou a campeã do BBB 21 em entrevista ao "Saia Justa" (GNT) de hoje. "Eu sou muito feliz e grata aos carinhos dos fãs, e tô tranquila que eles gostaram de mim, Eles vão entender, não vão me aprisionar", comentou ainda.

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Perguntada por Astrid Fontenelle, Juliette falou também sobre os primeiros sentimentos ao deixar a casa e ver a grande repercussão que teve. "É muito bom, mas ao mesmo tempo dá muito medo. É gigante. Fico feliz em saber que gostaram de mim do jeito que sou e me aceitaram com toda a minha vulnerabilidade", desabafou a campeã, que se disse muito grata e espera corresponder a todo o amor e expectativa, mas que não se deslumbra com nada.

"Eu sempre tive uma vida muito tranquila, busquei melhorar, me enxergar como era, eu não idealizava nada, sempre tive os pés no chão. Não era a adolescente que sonhava com o príncipe encantado", contou Juliette.

Preconceito por ser nordestina

Um dos assuntos que virou debate aqui fora da casa durante a participação da advogada no programa, Juliette contou sobre como lida com o preconceito que encontra às vezes.

"Nunca tentei disfarçá-lo (o sotaque). (...) O sotaque eu faço questão de afirmar e levar. Quando vejo que tem alguém tentando me diminuir, eu faço questão de afirmar. De levantar o nariz e a cabeça. Eu falo muito sobre a minha história e afirmo muito minhas raízes, porque sei que a maioria das vezes é ignorância. É falta de conhecimento. Eu explico. Se a pessoa tiver boa vontade, ela vai se apaixonar. Agora se ela não tiver, aí só lamento", declarou a paraibana.

Juliette contou sobre o cuidado que tem tomado com rótulos e o lugar onde a colocam. "Eu aceito a identificação, o pertencimento, mas não deixo me rotular. Eu sou tudo, o que eu amo e o que faz sentido pra mim. Seja a música nordestina, seja o funk, seja o MPB. Não vou me deixar me aprisionar nisso, apesar de ser uma prisão muito linda, mas prisão nunca é boa."

BBB como laboratório

Questionada por Pitty se acreditava que era possível o público a conhecer pelos seus 100 dias na casa, Juliette foi direta e classificou o BBB como um "laboratório" da vida real.

"Acho que sim; Eu enfrentei muita coisa lá dentro que eu enfrento aqui fora", afirmou Juliette, contando que as situações que enfrentou na casa a fizeram agir lá dentro da mesma forma que agiria aqui fora e que acredita que isso fez com que o público a conhecesse melhor.

Ela comentou também sobre sua vontade de "resolver tudo" que ela tinha dentro do programa da Rede Globo. "Eu sempre fui assim, de resolver tudo, pela minha estrutura familiar complexa, eu sempre tentei resolver tudo pelo amor. Preciso lutar pelo que acredito. Isso sempre valeu a pena. O homem vale a pena", declarou, contando ter ficado feliz ao saber que gostaram dela ainda assim.

"Fico feliz em saber que no fundo, apesar de todas as questões que tentam nos fazer desacreditar, isso me provou que as pessoas querem sim coisas boas, que elas também não desistem. Dá certo. Esse é o caminho certo. Me lavou a alma. As pessoas querem isso, foi muito bom. espero que esse sentimento só cresça."

A paraibana se emocionou também ao ver um vídeo com depoimentos de famosos (como Deborah Secco e Carlinhos Brown) e anônimos a respeito do amor compartilhado pela campeã do programa. "Fico muito feliz de pessoas tão sensíveis verem e enxergarem isso em mim, eu sinto que é verdade. É simples. É só ser você".

Terapia

Juliette contou sobre a relação que tem com a terapia e revelou que já faz acompanhamento há 5 anos. Segundo a advogada, ela procurou ajuda para terminar um relacionamento amoroso.

"Comecei pra terminar um relacionamento. Ele era muito meu amigo. Eu não via motivo, mas o motivo era que eu não tava feliz", contou Juliette, revelando que mesmo após terminar o namoro, descobriu outra questões para resolver."

Ela contou que, após o fim do programa, tem feito duas sessões por semana. "Tô nessa luta de reconexão comigo. Eu tô muito melhor. O que mais me assusta é a proporção, a cobrança, o que eu vou fazer. Mas comigo mesmo, eu tô muito feliz. Consegui ser eu".

Maquiagem

A campeã do BBB 21 se emocionou ao falar a respeito de sua relação com a maquiagem. Antes de entrar no programa, Juliette trabalhava como maquiadora.

'A maquiagem é a linguagem do amor. As pessoas cozinham, falam, cantam. Era uma forma de traduzir sentimentos e amor. A minha era maquiagem", desabafou Juliette, contando que descobriu o dom quando precisou se manter na faculdade. "Comecei a fazer pra me manter na faculdade e me apaixonei. Ia fazer a monografia de direito e maquiagem, mas não deu certo."

Juliette afirmou ainda que a arte foi uma das formas que ela encontrou para se manter sã dentro do turbilhão de sentimentos que foi o BBB.

"Era meu refúgio. Eu procurava coisas que não me tirassem de mim. Era isso. Quando eu via minha maleta, eu dizia 'sou eu. Ainda sou eu aqui'. Era uma forma de me afirmar como mulher, como maquiadora", completou Juliette.

Transformação

Juliette falou sobre o momento que tem vivido após o final do programa, que categoriza como um "momento de transformação", e esclareceu a respeito de ter "se recolhido" e ficado menos frequente nas redes sociais após a saída da casa.

"Eu acho que todo processo precisa de uma transição. Nada é automático. Quando eu entrei lá, eu tava perdida. (...) Agora esse período de transição é necessário. Eu preciso reconhecer o terreno que eu tô pisando. (...) Eles falam muito, os meus cactos, que gostaram de mim porque eu não era igual a todo mundo. Eles precisam entender que eu sou diferente, somos diferentes todos, não tem uma fórmula, não preciso fazer um stories assim, uma foto assim, não preciso falar o que eu comi, eu posso comunicar de outras formas, eles vão entender. Eles gostaram, a culpa é deles", afirmou Juliette, aos risos.

A paraibana ainda falou sobre outros momentos de transformação que enfrentou na vida.

"Eu tive alguns grandes momentos de transformação na minha vida. O primeiro quando a minha irmã faleceu. Ali minha vida era muito simples, mas muito plena, eu não tinha muitos problemas. Quando minha irmã morreu, eu passei a ter consciência da plenitude da vida. (...) Eu passei a viver diferente. Não dormia sem resolver nada dentro de mim."

Azaração

A paraibana falou sobre os momentos de "azaração" que teve na casa. "Quando eu paquero sério, eu fico tímida, fico mais quietinha. Ali eu tava entregue, foi tudo zoeira. Eu até pegaria, porque também o desejo, mas eu conseguia bloquear. Ficava na brincadeira. Quando eu paquero real, eu fico sem graça. Brinco, mas não tanto. Foi mais pra ficar divertido."

Ela ainda brincou, afirmando que isso era "ficar de enxerimento" e contou sobre como tem lidado com os "oi, sumido" que tem recebido. "Estar solteira é melhor. Pandemia à parte, ficar solteiro às vezes é bem melhor, você pode até ganhar 1 milhão e meio", contou, aos risos.

Juliette ainda falou que não acredita que não ter ficado com alguém na casa tenha influenciado em sua vitória. "Não, eu acho que eu ia arrumar só mais um problema pra administrar. Tinha muitos, não precisava de um novo".

Vacina

Perto do fim do programa, Astrid brincou que Juliette poderia usar sua influência para pedir que a população se vacinasse e ela não titubeou:

"Minha gente, pelo amor de deus. Confiem na ciência. Confiem na vacina. Confiem nos médicos. Se protejam. A gente não precisa perder mais ninguém", declarou a campeã.

O "Saia Justa" vai ao ar toda quarta, às 22h30min, no GNT.