'Extremamente violenta', diz juiz sobre jovem acusada de matar atriz no RJ
A jovem Vitória Roberta Alves da Silva, de 19 anos, presa ontem na Baixada Fluminense pela morte da atriz de filmes eróticos Luane Honório de Souza, conhecida como Aline Rios, foi descrita pelo juiz Alberto Fraga como uma pessoa "extremamente violenta" na justificativa do pedido de prisão preventiva.
Na decisão, o magistrado enfatizou o depoimento de Vitória na delegacia, onde ela afirmou que não conseguiu matar a vítima pois "estava cansada de bater nela".
Luane foi esfaqueada no pescoço e apedrejada no quintal da própria casa em Nilópolis.
O depoimento da acusada, o relato de testemunhas e outras provas colhidas durante a investigação, fizeram com que o Tribunal de Justiça do Rio decretasse a prisão preventiva de Vitória no último dia 26. Ela foi presa ontem na cidade, onde vivia de favor com a amiga.
"A acusada prestou depoimento em sede policial, quando a vítima ainda estava hospitalizada descrevendo as circunstâncias do crime de forma fria e aparentemente sem demonstrar qualquer arrependimento. Admitiu ter desferido golpes de faca na vítima, inclusive em seu pescoço e relatou, ainda, que após as facadas, levou a ofendida até o quintal, onde lhe aplicou inúmeras pedradas. Salientou, ainda, que sua intenção era matar a vítima e que somente não conseguiu pois estava cansada de tanto agredi-la", destacou o juiz.
Além do episódio que culminou na morte de Luane, que chegou a ficar três meses hospitalizada, o magistrado citou outros casos de violência envolvendo a acusada.
"Os depoimentos das testemunhas evidenciam que a ré é pessoa extremamente violenta, relatando a existência de um histórico de violência contra a vítima, destacando-se um episódio descrito em que a ofendida [Luane] teria fugido de casa, pois a acusada queria lhe atingir com uma faca".
Vitória vai responder por homicídio.
Relembre o caso
O crime ocorreu em maio de 2020, cinco dias após Luane convidar Vitória para morar na casa dela. A atriz fez o convite por estar preocupada com a situação financeira da amiga.
Depois de ser esfaqueada e apedrejada, ela ficou três meses internada e acabou morrendo, aos 28 anos, no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, também na Baixada Fluminense.
Segundo a polícia, horas depois de atacar a colega, Vitória vendeu pertences da vítima no Centro de Nilópolis. Ela foi vista na região oferecendo um secador de cabelo, uma chapinha e um aparelho de micro-ondas que eram da atriz.
De acordo com as investigações, a discussão entre as duas foi motivada por dinheiro.
O mandado de prisão contra Vitória foi cumprido ontem, mais de um ano após o crime. Ainda segundo a polícia, a jovem tem passagens por tráfico de drogas e furto de veículo.
O delegado José Moraes, responsável pelas investigações, disse que Vitória não precisou ser ouvida novamente em sede policial e que ontem "ela limitou-se a chorar", após a prisão.
O UOL não localizou a defesa de Vitória.
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