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Morre o escritor e jornalista Artur Xexéo, aos 69 anos, no Rio

Do UOL, no Rio e em São Paulo

27/06/2021 20h35

Morreu neste domingo (27) o escritor e jornalista Artur Xexéo, 69, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pela GloboNews, canal em que ele era comentarista de cultura e cotidiano. Xexéo deixa marido, de acordo com o canal.

O jornalista descobriu um câncer tipo linfoma não-Hodgkin de células T há duas semanas. Ele estava internado na Clínica São Vicente, na Gávea, zona sul do Rio. Colegas, artistas e políticos homenagearam Xexéo.

Maria Beltrão, apresentadora do "Estúdio I", que contava com os comentários de Xexéo, contou que o jornalista sofreu uma parada cardíaca na última sexta-feira (25).

Beltrão acompanhava a saúde de Xexéo de forma mais próxima. Em abril, na cerimônia do Oscar, ele já "estava mal e não sabia o que era", de acordo com a apresentadora.

"Ele ficou muito abalado e muito preocupado. Ele estava tão preocupado com essa pandemia e com tanta vontade de voltar a trabalhar", contou, emocionada.

Artur Xexéo - Divulgação - Divulgação
Artur Xexéo tinha um câncer tipo linfoma não-Hodgkin de células T e sofreu uma parada cardiorrespiratória
Imagem: Divulgação

Beltrão também compartilhou um momento da amizade dos dois nos últimos dias: "Ele não fala sempre comigo, mas eu mandava mensagem todo dia. E ele sabia que eu ia continuar mandando mesmo. De vez em quando, ele respondia", relembrou.

Ancelmo Gois, colunista do Jornal O Globo, exaltou as qualidades do amigo em meio a um momento em que "o país está vivendo sobre o reinado da ignorância":

O Brasil perde uma pessoa que é exatamente o contrário. Uma pessoa da inteligência, da cultura, do saber, do conhecimento. E ele realmente olhava esse quadro nacional com o seu olhar muito especial e perspicaz."

Carreira na cultura e no jornalismo

Artur Xexéo era carioca e formado em jornalismo pela Facha. Seu primeiro estágio na área foi no Jornal do Brasil. Passou também pelas revistas Veja e IstoÉ. Foi editor do Segundo Caderno, do jornal O Globo, até tornar-se colunista.

Desde 2015, após a morte do ator José Wilker, Xexéo era comentarista da premiação do Oscar na TV Globo. É autor de "Janete Clair: a usineira de sonhos", biografia sobre a autora de novelas. Também escreveu o livro "O torcedor acidental", uma série de crônicas sobre suas coberturas das Copas do Mundo de futebol masculino.

Xexéo também era um profissional do teatro. Escreveu os musicais "A Garota do Biquíni Vermelho" (2010), "Nós Sempre Teremos Paris" (2012) e "Minha vida daria um bolero" (2018). Foi responsável pela dramaturgia do musical "Cartola - O mundo é um moinho". No Brasil, foi responsável pela adaptação da peça estadunidense "A cor púrpura". As informações são do acervo Memória Globo.

Políticos e artistas lamentam morte

Pelas redes sociais, amigos, colegas jornalistas, artistas e seu time de coração, o Fluminense Football Club, prestaram suas homenagens ao colunista.