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Ex-Chiquitita diz que 'não tem o que esconder' sobre sua bissexualidade

Renata Del Bianco interpretou Vivi em Chiquititas - Reprodução/Instagram
Renata Del Bianco interpretou Vivi em Chiquititas Imagem: Reprodução/Instagram

Colaboração para o UOL, em São Paulo

29/06/2021 08h34

Renata Del Bianco, ex-Chiquitita (SBT) em 1997, abriu o coração em uma entrevista para a Quem e falou abertamente sobre sua bissexualidade. Atualmente, a atriz e modelo de 35 anos é casada com o designer Daniel Simioni, com quem tem uma filha, Aurora, que completa 3 anos em julho.

"Sempre fui muito transparente. Eu não sei mentir. E, hoje em dia, é tão fácil buscar informações sobre alguém. Se ele fizer uma pesquisa rápida vai encontrar sobre meus trabalhos, sobre affairs, inclusive sobre sexualidade? Não tenho que esconder, nem sentir vergonha. Eu sou bem resolvida, sabe? E quem está comigo também tem que ser", disse.

Renata ainda relembrou o ensaio sensual que realizou com a ex-BBB Angélica Morango, em 2010.

"Eu lidava com o público infantil até aquele momento. Foi uma mudança de chave para mim. Até então, as pessoas me viam apenas como a menininha que fez Chiquititas e ponto. Quando mostrei esse lado mais sensual, assustou um pouco, mas foi legal", contou.

Ao ser questionada se acha que ser bissexual ainda é um tabu para a sociedade, ela foi direta: "Claro que é, com certeza. Na nossa sociedade, ou você gosta de homem, ou gosta de mulher. As pessoas, no geral, são muito quadradinhas. Digamos que nos dias de hoje está muito melhor do que já foi no passado, mas ainda está longe da aceitação total das pessoas. Meus pais sempre foram muito 'pra frente' da geração deles, então, nunca tive muito problema em abordar o assunto. Porém, com pais de amigos, nunca foi uma tarefa fácil."

Renata ainda contou que, além de Angélica Morango, ela já chegou a se relacionar com outras mulheres.

"Algumas vezes? Tive dois relacionamentos em que chegamos a morar juntas, mas com o tempo, o amor se tornou amizade", contou ela, que ainda disse ter tido um diálogo aberto com a família sobre a orientação sexual. "Principalmente com a minha mãe e minhas primas mais velhas. Meu pai é um pouco mais conservador", completou.

A atriz acredita que tem esperança de que a filha, Aurora, viva em uma sociedade menos preconceituosa.

"Não tenho como não falar que sinto um pouco de medo dos rumos que a sociedade no geral vem tomando. Os tempos são obscuros? Temos que ter esperança. Se compararmos com 20 anos atrás, o mundo no geral está mais empático, mas a luta continua. Talvez ainda não na geração da minha filha Aurora, mas na próxima tenhamos muito mais respeito, muito mais aceitação. A Aurora é livre, ela aprende na base do amor. Tenho amigos trans que conheceram ela e ela respeitou totalmente. Fiquei orgulhosa", finalizou.