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Boris Casoy elogia Lava Jato, critica Lula e comenta pergunta famosa a FHC

Boris Casoy no "Conversa com Bial" - Vídeo/Reprodução
Boris Casoy no "Conversa com Bial" Imagem: Vídeo/Reprodução

Colaboração para o UOL

20/07/2021 02h29Atualizada em 20/07/2021 03h18

O jornalista Boris Casoy, 80 anos, elogiou a operação Lava Jato e alfinetou a possível candidatura do ex-presidente da república, Luís Inácio Lula da Silva, nas eleições presidenciais de 2022.

"O Lula foi liberado pra ser candidato a presidência da república depois de tudo que ele aprontou, de tudo que o PT aprontou. As pessoas estão sendo soltas e de repente você olha que algumas pessoas e empresas podem até ser indenizadas", comentou Boris durante entrevista ao "Conversa com o Bial" (Globo) de hoje.

Casoy aproveitou a conversa com Pedro Bial para também elogiar a Operação Lava Jato, contando que este foi o momento em que mais sentiu esperança de que as coisas poderiam mudar no país.

Foi uma grande novidade, fez a diferença. Eu na minha vida já longa não tinha assistido um fato como esse, quando você tinha um país que não punia os seus ladrões e de repente aparece um grupo de juízes, de promotores, que começam a reagir ante a uma situação absurda onde se tolerava, se achava que a vida era assim. Eu senti esperanças."

"A Lava Jato teve erros. As gravações clandestinas, até criminosas, mostraram que a Lava Jato teve erros. Claro que eles são amplificados por aqueles que tem interesse em destruir a Lava Jato. Era um corpo doente (o Brasil), que estava sofrendo uma intervenção cirúrgica e está reagindo", completou.

Pergunta a FHC

O jornalista também comentou sua famosa pergunta ao então candidato a prefeitura de São Paulo, Fernando Henrique Cardoso, nas eleições de 1985. Casoy questionou FHC se ele acreditava em Deus e o futuro presidente da república se enrolou, sem conseguir responder claramente.

Para muitos, esta pergunta fez o candidato perder a eleição da prefeitura para Jânio Quadros. Boris contou que esteve em um jantar com FHC antes do debate e o mesmo havia deixado claro o quanto a pergunta lhe complicaria. Segundo Casoy, ele ainda tentou avisar de forma discreta ao político sua intenção, mas não conseguiu se fazer entender 100%.

Segundo o jornalista, contudo, FHC não acha que tenha influenciado completamente o resultado da eleição.

Ele acha que não foi o que o derrotou. Ele acha isso. Mas um dia, por causa dessa história, eu tava com ele, num sábado no palácio, e eu fiz o seguinte raciocínio: Olha, Fernando Henrique. O que aconteceu foi o seguinte. Ao fazer essa pergunta, eu fui a pedra colocada por Deus no seu caminho pra te desviar da prefeitura e ir para a presidência".

Vergonha

Famoso por diversos bordões jornalísticos, entre eles o "Isso é uma vergonha", Casoy comentou sobre a visão que possui das "vergonhas" de hoje.

"Eu não gosto de caracterizar vergonhas. Elas são tantas que eu tenho medo de ofender algumas delas, excluindo desse hall. As vergonhas são as mesmas, elas só mudam as vestimentas. Elas se modernizaram, passaram a usar instrumentos novos. Mas o ser humano é ser humano e as vergonhas são as mesmas".

A elite brasileira ou é sem vergonha ou é perto disso. A elite que tem as mãos na direção do país realmente é uma elite a que falta muito vergonha. Mas a população brasileira é correta, honesta, decente. Tem esperanças, acredita".

No programa, Boris Casoy também criticou o negacionismo do presidente Jair Bolsonaro no que diz respeito a vacinação contra a covid-19 no país.