Karen Jonz, após estreia na TV: 'Sou escrachada e me segurei muito'
Mamãe, eu vi você na TV, assisti a tudo.
Foi com um abraço apertado da filha, Sky, de 4 anos, que Karen Jonz atendeu o UOL para uma entrevista após um fim de semana agitado, com sua estreia na televisão como comentarista de skate nas Olimpíadas.
De volta a São Paulo, onde mora, a veterana no esporte viu seu nome brilhar nas redes sociais, onde conquistou 170 mil novos seguidores.
Não foi igual ao Douglas [atleta de vôlei da seleção masculina], mas bombou né?
Participar de uma cobertura na TV foi uma experiência inédita para a skatista, que se considerava apenas uma "comentarista de sofá".
"Só fazia comentários dentro da minha casa, com amigos, ou no Twitter. Porém, desde que o skate entrou para campeonatos, vejo narrações e sentia falta de alguém que tivesse mais contato com as esportistas, que vivesse o dia a dia, que soubesse o que as meninas passavam. Por isso, comemorei muito ao ser chamada pela Globo", conta.
Grupo de WhatsApp com Bufoni
A proximidade de Karen com as colegas olímpicas realmente é grande. Ela conta que mantém até um grupo no Whatsapp com as amigas e entrega o nome: "Skatistas maravilindas".
"Falei com a Letícia [Bufoni] antes da competição e assim que acabou. Contei a ela que chorei quando ela perdeu e ela me disse que precisou segurar o choro. A gente fica em contato direto. Já estou em contato com as meninas que vão competir na próxima semana, elas já embarcaram para o Japão. Aproveitamos o 'skatistas maravilindas' para trocar bastante", entrega.
Plantão dobrado após sucesso na TV
Por conta do sucesso de seus comentários, Karen revela ter recebido um pedido da TV Globo para cumprir "plantões dobrados". A skatista fez hora extra para continuar agradando ao público.
"Me colocaram em outros duzentos programas lá, tudo porque bombou. Entrei num plantão de vários programas e acabei indo dormir mesmo de madrugada. Mas estou amando", diz.
A espontaneidade da comentarista —que rendeu até uma bronca do SporTV, por ter usado a expressão "xerecou" ao vivo— foi o que chamou a atenção do público. No entanto, Karen diz que precisou "se segurar" na TV. Ela revela se que estivesse em outro ambiente falaria ainda mais:
"Rolou até a bronca, né? Me senti bem à vontade e parecia que eu estava comentando com amigos em casa. Mas tinha noção de que estava num canal de TV, num evento que exige muito respeito, e ficava me lembrando disso. Ali não era um show de comédia, mas eu sou espontânea e quem me conhece sabe que eu estava me segurando muito. Sou muito mais escrachada. Tentei ter postura e passar informação".
Militante?
Outro fator determinante para o sucesso de Karen na cobertura da Olimpíada se deu por conta de seus comentários engajados e focados sempre na diversidade. Ela levantou questões raciais no skate, discussões de gênero e maternidade e falou até sobre as vestimentas das esportistas.
A skatista diz que nada foi planejado e que não se considera, como alguns disseram, uma "militante".
"Muita gente me chamou assim, mas falar dessas pautas é natural para mim. A questão de todos os corpos, a maternidade, a pauta LGBTQ+, raça, tudo foi surgindo durante a transmissão, nada estava roteirizado. Dava impressão de que eu militava com tudo, né? Mas não era a intenção."
Ao abordar sobre a diversidade, Karen comemora os elogios na web:
Estou surpresa porque tenho 99% de aprovação e quem não gosta de mim é bolsominion.
Prata de Rayssa Leal
Ainda bastante emocionada com a conquista feminina do Brasil nas Olimpíadas, com a medalha de prata da "fadinha" Rayssa Leal, Karen aponta:
"Lembrei de todas as gerações anteriores à Rayssa, que tiveram que construir algo para o skate chegar a este ponto. Quantos campeonatos não me deixaram competir simplesmente por eu ser mulher? Essa medalha me trouxe a sensação de que todos os meus esforços valeram a pena. Tudo que foi dor agora é recompensa!".
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