Influenciadora presa em SP ostentava carros, viagens e vídeos com famosos
A influenciadora Laís Crisóstomo, de 27 anos, presa em São Paulo após a Polícia Federal encontrar meio quilo de cocaína em sua bagagem, no Aeroporto de Guarulhos, ostentava uma vida de viagens, carros de luxo e vídeos com famosos nas redes sociais.
Desde abril de 2019, a mulher promoveu uma virada no conteúdo de seu Instagram, onde tem mais de 400 mil seguidores, trocando as divulgações de festas em Minas Gerais e Santa Catarina por fotos pelo mundo, visitando lugares como Reino Unido, Alemanha, Mônaco, França e Dubai, onde morou nos últimos meses.
Em uma das viagens, às Maldivas, ela se hospedou no famoso resort Lux South Ari Atoll, com diárias mínimas de R$ 1.751, chegando a R$ 8 mil nos quartos mais completos.
Além dos cenários paradisíacos, a influenciadora também completava suas fotos com acessórios de luxo, como bolsas das grifes Chanel, Saint Laurent e Dior. Uma delas, a Dior Book, é vendida por US$ 3.250 (cerca de R$ 17 mil na cotação atual).
Em uma outra ocasião, ela também compartilhou uma foto com o braço tomado por pulseiras da mesma grife. Com preços indisponíveis em lojas brasileiras, um set com apenas dois dos braceletes originais, em algodão, custa 330 euros (R$ 2 mil na cotação atual).
Antes de se mudar para Dubai, Laís, que se apresenta como advogada no Instagram, trabalhava no Brasil em uma franquia de unhas em gel em Montes Claros, Minas Gerais, além de promover inúmeras lojas, ofertando produtos que iam desde roupas íntimas até carros. Em uma dessas postagens, a mulher comemorava o sorteio de uma BMW blindada, enquanto posava em outro veículo de luxo, um Porsche Boxster, que custa mais de R$ 400 mil.
Também antes de sua mudança para o exterior, Laís dedicou seu Instagram a divulgar festas em várias cidades de Minas Gerais, gravando vídeos ao lado de famosos, como Dennis DJ, Leo Santana e Felipe Araújo, que participavam de festivais na região.
Depois que se mudou para Dubai com o noivo, o empresário Henrique Cassorielo, a mulher continuava exibindo uma vida cercada de passeios luxuosos, posando com uma Lamborghini, que o companheiro aparece dirigindo no próprio Instagram, e em festas em iates.
Até o momento, Henrique, que oficializou o noivado surpresa com Laís em uma embarcação dos Emirados Árabes, em junho deste ano, ainda não se manifestou sobre a prisão nas redes sociais. Segundo informações da Polícia Federal, a influenciadora foi presa em 5 de agosto.
Entenda o caso
A influenciadora digital Laís Crisóstomo foi presa em flagrante na semana passada ao lado de um homem, identificado como Peterson de Souza Fontes. Os dois tentavam embarcar em um voo para Dubai no Aeroporto de Guarulhos, em 5 de agosto, quando os agentes que fiscalizavam as bagagens de passageiros, com o auxílio do aparelho de raio x, identificaram material suspeito na mala de Peterson, que viajaria com Laís, além de objetos com a identificação da mineira.
Após análise, foi constatado que o material correspondia a 461 gramas de cocaína, ocultos dentro de cápsulas em frascos de suplementos alimentares.
Ambos receberam voz de prisão. No último dia 7, a Justiça Federal negou habeas corpus para a influenciadora. Ambos permanecem presos.
Eles respondem pelo crime de tráfico internacional de drogas junto à Justiça Federal. O UOL tentou contato com a família de Laís por meio da loja que ela gerencia em Montes Claros (MG) e de seu advogado de defesa, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para atualizações, caso desejem prestar esclarecimentos.
De acordo com informações do processo, Peterson teria confessado que os entorpecentes seriam dele. No entanto, o desembargador Valdeci dos Santos, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, negou o pedido de habeas corpus da defesa da influenciadora, afirmando que há risco de que ela possa fugir do País "caso seja colocada em liberdade, inviabilizando a prática dos necessários atos de instrução processual e, ao final, a aplicação da lei penal".
O desembargador escreve ainda que "o montante de droga apreendida por si só é suficiente para justificar a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, pois a quantidade de cocaína encontrada na posse da custodiada não pode ser enquadrada como sendo de usuária, restando evidenciado que a droga seria objeto de circulação na sociedade, contribuindo para o fomento do crime organizado, criminalidade social e do lucro que seria obtido com sua comercialização".
Para Santos, ainda há dúvida sobre a quem pertencia a droga. "A confissão do Peterson de Souza Fontes de que os entorpecentes encontrados lhe pertenciam, não se mostra suficiente para afastar os indícios de autoria delitiva da paciente que foram comprovados nos autos de prisão em flagrante".
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