Vera Magalhães é criticada após questionar Martinho da Vila sobre milícia
Após o "Roda Viva" de ontem, a apresentadora Vera Magalhães comentou a entrevista com o sambista Martinho da Vila no Twitter. Um de seus comentários desagradou: a jornalista disse que o músico "desconversou" quando perguntado sobre a "infiltração mais recente das escolas de samba do Rio pelas milícias".
Tunico da Vila, filho de Martinho da Vila, rebateu: "Ele não desconversou... Ele só não quis conversar porque realmente é um assunto desnecessário e desrespeitoso com ele... Só isso... Nada demais".
No programa, quando questionado sobre o assunto, Martinho da Vila respondeu: "Não tenho notícia da milícia dirigindo uma escola de samba, miliciano dirigindo escola de samba. Na Vila Isabel, por exemplo, não tem esse problema".
Vera respondeu que não vê desrespeito algum na pergunta, e outro usuário do Twitter comenta: "Você demonstra total desentendimento do assunto ao perguntar para um baluarte sobre um tema de gestão. Lhe admiro, porém, faltou sensibilidade no momento".
Outro espectador comentou: "Jornalista tem direito de perguntar o que quiser. Mas cabe pensar se artistas brancos costumam receber esses questionamentos. Quantas vezes um sertanejo teve que falar sobre os crimes do agronegócio? Walter Salles costuma ser perguntado sobre atrocidades do sistema bancário?"
O público também relembrou que não é a primeira vez que Vera Magalhães questiona um artista negro sobre uma suposta relação de gêneros musicais tradicionalmente negros e de periferia com o crime.
No ano passado, ao entrevistar Emicida no "Roda Viva", ela questionou: "O rap é condescendente com o crime organizado?"
O rapper respondeu: "Isso é uma análise bastante preconceituosa. Desde quando narrar uma determinada situação que está vinculada ao crime faz de você um apologista daquela situação?"
"E se isso fizer de você um apologista daquela situação, então você tem que começar a pegar o Datena, que faz isso todo dia na televisão, ilustrando um monte de crime, empurrando isso goela abaixo na sociedade brasileira e aquilo é entendido como jornalismo", completou Emicida.
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