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Ratinho critica artistas e diz que ataque a Sérgio Reis é 'cruzada do mal'

Do UOL, em São Paulo

23/08/2021 23h36Atualizada em 27/08/2021 13h52

Ratinho usou a edição de hoje do seu programa no SBT para sair em defesa do cantor sertanejo Sérgio Reis.

O apresentador afirmou que Sério Reis está sendo vítima de uma "cruzada do mal" após Maria Rita, Guilherme Arantes e Zé Ramalho artistas terem cancelado sua participação no próximo álbum do cantor.

Sérgio Reis, quero dizer que você tem o meu apoio contra essa verdadeira cruzada do mal que você está sofrendo. O que eu sei é hoje o Brasil não suporta opiniões contrárias. O Sergião tá sofrendo uma perseguição sem igual.
Afirmou Ratinho.

Os cancelamentos foram em consequência da divulgação de um áudio em que o cantor convoca atos antidemocráticos em defesa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Outro artista que afirmou que não participará mais do álbum de Sérgio Reis foi Guarabyra, da dupla com Sá. Na fala de hoje, Ratinho disse que ele "não existe, acabou".

Alguns artistas estão anunciando que não vão participar do DVD, tipo o Guarabyra. Ô seu Guarabyra, você não existe, acabou. É bom que você não vá. Alguns desses cantores não fazem sucesso muito tempo. E o Sérgio ia dar uma oportunidade. Não tem justificativa usar o ódio e não dar o direito de que ele se defenda.

O apresentador — que é pai do governador do Paraná Ratinho Júnior (PSD) — declarou ainda que artistas "alinhados com outro lado do poder falam coisas muito piores e são aplaudidos". Ele fechou a fala convocando outros sertanejos a apoiar Sérgio Reis.

Artistas mais populares, quero falar com vocês. Duplas sertanejas, artistas populares, não sejam covardes. Mostrem apoio ao meu amigo!

Entenda o caso

Um áudio e um vídeo que circularam nas redes sociais levaram o cantor Sérgio Reis a integrar também o noticiário político. Nas gravações, o ex-deputado apareceu convocando uma greve nacional de caminhoneiros contra os 11 ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) — alvo constante do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de quem Reis é aliado.

A promessa de paralisação dos caminhoneiros ganhou força nas redes sociais no domingo (15). Pelas mensagens postadas, os profissionais deverão cruzar os braços em 7 de Setembro, Dia da Independência, em um movimento que engrossaria outras manifestações públicas já programadas a favor do governo.

Lideranças dos caminhoneiros, no entanto, dizem que o cantor não os representa. Já o Ministério da Infraestrutura, nos bastidores, não leva a mobilização a sério.

Na última sexta-feira (20), a PF (Polícia Federal) cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Sérgio Reis.

Os mandados foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). O objetivo, segundo a PF, é apurar se o cantor cometeu o crime de incitar a população a praticar "atos violentos e ameaçadores contra a Democracia, o Estado de Direito e suas Instituições, bem como contra os membros dos Poderes".