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Lucas Penteado defende aulas de identidade de gênero: 'Obrigatório'

Ex-BBB Lucas Penteado defende aulas de identidade de gênero nas escolas brasileiras - Reprodução/Rede Globo/Instagram/BBC News Brasil
Ex-BBB Lucas Penteado defende aulas de identidade de gênero nas escolas brasileiras Imagem: Reprodução/Rede Globo/Instagram/BBC News Brasil

Colaboração para o UOL, em São Paulo

23/09/2021 08h18

Mesmo que tenha ficado apenas 13 dias confinado no "Big Brother Brasil 21", Lucas Penteado entrou para a história do programa. Além de ter protagonizado o primeiro beijo entre dois homens, junto com Gil do Vigor, ele também foi muito perseguido na casa e chegou a sofrer casos de bifobia por parte de alguns dos participantes.

Por ser muito ligado a pautas educacionais, Lucas foi questionado qual seria a melhor maneira de ajudar a combater as questões relacionadas ao machismo, homofobia e transfobia, em entrevista ao Extra, acredita que esses tópicos deveriam ser "obrigatórios" nas escolas do país.

lucas penteado - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Lucas Koka Penteado, do "BBB 21"
Imagem: Reprodução/Instagram

"Deveria ser obrigatório em todas as escolas uma matéria sobre identidade e igualdade de gênero e orientação sexual. Justifico essa ideia com o conceito de banzo, que era quando negros escravizados, que não aceitavam essa condição, entravam em um profundo estado de melancolia que levava à morte. Hoje, acontece situação parecida com jovens LGBTQIAP+, que se suicidam por sofrerem rejeição. O setembro amarelo alerta para isso. Eu mesmo perdi uma amiga, que se matou por, simplesmente, não poder amar. Se tivesse esses mecanismos de informação próximo dessas pessoas, penso que não haveria tantos ataques aos nossos corpos", explicou o artista.

"A parada que eu quero dizer pra todos é: deixa que cada um seja seu próprio fiscal de coração, de desejo e de emoção. E isso vai principalmente para a comunidade LGBTQIAP+, porque se todos nós que sofremos estivermos unidos, sofreremos menos. O discurso bifóbico deixa a comunidade muito próxima da heteronormatividade que impõe 'caixinhas'. Isso não cabe, não liberta. É preciso que estejamos unidos para sermos mais fortes", começou ele.

Além de levantar as pautas sociais, ele falou sobre esse preconceito vivido dentro da casa mais vigiada do Brasil e o preconceito que viveu lá dentro.

O ator também comentou que sua sexualidade nunca foi um segredo para ninguém e que não se assumiu "bissexual" no reality show. E ele também acrescentou que o preconceito sempre teve e vai ter, mas que no confinamento foi uma bifobia racista.

"Preconceito sempre tem. A periferia parece ser mais preconceituosa...Por desconhecerem todas as estruturas que formam o pensamento social, o periférico tem a tendência de ser mais agressivo no que defende. Já dentro do BBB, acredito que sofri uma bifobia racista, pois a casa era bem diversa e tinham várias comunidades representadas. O meu sentimento foi questionado com discurso sofisticado, enquanto o selinho do Fiuk com o Gil foi chamado de fofo"