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UOL Vê TV #27: Programas de auditório não terão mais estrutura como Faustão

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Do UOL, em São Paulo

13/05/2020 04h01

Qual o futuro de atrações comandadas por apresentadores como Faustão, Raul Gil e Serginho Groisman? A covid-19 está afetando em cheio as emissoras de televisão e, em meio à crise, um dos temas mais importantes são os programas de auditório. Como eles ficam pós-pandemia?

No podcast UOL Vê TV #27, Chico Barney, Débora Miranda, Flávio Ricco e Mauricio Stycer analisam o impacto que a falta de plateia tem e ainda terá na TV nos próximos anos, uma vez que todos os programas do tipo saíram do ar pela impossibilidade da presença de público —um fator de risco enorme no cenário atual.

"Esses programas também precisam de uma equipe presencial, com câmeras, produtores, muita gente junta, o que contraria as recomendações internacionais de saúde", ressalta Stycer. No início da pandemia, eles saíram do ar e foram se adaptando de forma provisória (disponível no vídeo acima a partir de 1:08).

Stycer destaca a importância do uso da inteligência, da reflexão e da criatividade. "Pensando, por exemplo, no Faustão, naquele auditório de 500 pessoas, a gente nunca mais vai poder fazer aquilo, pelo menos nos próximos dois anos. Esquece isso, tem que partir dessa constatação para fazer de outros jeitos e adaptar as atrações atuais."

Flávio Ricco lembra que Faustão já teve muitos quadros pré-gravados durante um longo tempo. "O problema é que essa televisão que vem aí agora virou o grande quebra-cabeça, ninguém sabe como vai ser", diz. "Ninguém sabe como, por exemplo, serão feitas as novelas, em que há o contato direto de ator com atriz, cena de beijo, gente de tudo quanto é idade."

'O novo normal'

"O normal de antes não será o normal na pós-pandemia", continua o colunista. Para ele, o interessante desses programas de auditório é que todos têm atendido aos critérios de faturamento, audiência e repercussão, mesmo em meio à crise. "Quando acabar tudo eles vão voltar, talvez com algumas inovações", opina. "Algumas coisas boas vão poder ser extraídas da pandemia." (no vídeo a partir de 5:01)

O programa do Ratinho, que volta a ser gravado nesta semana, será formado por uma plateia virtual. "O SBT há alguns dias vem pedindo vídeos dos espectadores para compor esse público. E vai voltar com cuidados, com equipe reduzida", adianta Ricco.

Para Chico Barney, esse é um momento de muitas possibilidades. "A grande dificuldade agora é menos tecnológica e mais intelectual", diz. "Adorei o Luciano Huck com o quadro 'Gonga La Gonga', que ele conseguiu fazer online, com participantes interessantes, todos nas suas casas. Sinto falta desses programas continuarem no ar com estruturas menores."

As pessoas estão gostando de olhar o passado, isso é fato, mas Barney diz sentir falta de programas com conteúdo inédito —"tudo ainda é muito tímido", opina o colunista, lembrando que é possível que os apresentadores que estejam voltando a gravar tenham de retornar às suas casas em breve. "A internet continua dando aula a respeito disso para as TVs, que estão meio estagnadas."

Para lidar com a nova situação, Débora Miranda, editora de TV e Famosos do UOL, ressalta a importância de se estabelecer um plano a longo prazo. "Estamos vendo pela Europa que pode ser que tenha uma segunda onda de contaminação e as TVs estão começando a pensar em formatos diferentes, porque obviamente a programação não pode viver de reprise por quatro meses", diz. "A esperança é que o formato seja revisto, porque já estava cansativo."

Você pode ouvir o programa UOL Vê TV no Spotify, no Apple Podcasts ou em outros aplicativos de podcasts. No Youtube, a gravação do programa também é transmitida em vídeo. Podcasts são programas que podem ser ouvidos a qualquer hora e lugar -no computador, no smartphone ou em outro aparelho com conexão à internet. Os podcasts do UOL estão todos disponíveis em uol.com.br/podcasts.

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