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Com Gabi, novo "TV Mulher" vai debater sexo, violência e aborto

Marília Gabriela no estúdio do novo "TV Mulher", que volta pelo canal Viva - Divulgação/Viva
Marília Gabriela no estúdio do novo "TV Mulher", que volta pelo canal Viva Imagem: Divulgação/Viva

Felipe Pinheiro

Do UOL, em São Paulo

31/05/2016 07h30

De volta após trinta anos, o "TV Mulher" reestreia nesta terça (31) pelo canal Viva. Serão 10 programas inéditos, já previamente gravados, nos quais se pretende debater assuntos da agenda feminina que continuam em pauta, como assédio, violência e a diferença salarial entre homens e mulheres. No primeiro episódio, o tema será o protagonismo feminino.

Conhecido por tratar do que era tabu no início dos anos 80, o programa terá em sua releitura a proposta de continuar discutindo a situação atual da mulher. Como no passado, não vai fugir de temas polêmicos visando a despertar uma consciência crítica sobre o assunto em debate.

Marília Gabriela, que comanda novamente o "TV Mulher", acredita em uma colaboração efetiva do programa. Em entrevista coletiva para o lançamanto da atração, no dia 20, a apresentadora falou sobre o número elevado de casos de violência contra a mulher. Na semana passada, a notícia de um estupro coletivo envolvendo uma adolescente de 16 anos no Rio de Janeiro chocou a opinião pública e manifestações feministas ganharam força. 

"Na prática, queremos que as pessoas consigam pensar o Brasil nesse momento com a nossa colaboração. O programa não nasce com a missão oficial de levar bandeiras a quem de fato deveria resolver isso [sobre a violência contra as mulheres]. Estamos falando para um público e eu espero que possa evoluir a um movimento particular que leve a algo de belo e grandioso como foi a 'TV Mulher' daquela época", afirma.

O "TV Mulher" virá com novos colaboradores, que terão quadros próprios: Fernanda Young, Flávia Oliveira, Gabriela Mansur, Ivan Martins, Regina Navarro Lins e Ronaldo Fraga. No "Muito Prazer", por exemplo, a sexóloga Regina Navarro vai abordar curiosidades sobre sexo e relembra a história de opressão da mulher. Já em "Justiça de Saia", a promotora Gabriela Mansur debaterá os direitos e deveres da mulher.

"Precisamos aproximar mais as mulheres da Justiça, mostrando quais caminhos podem ser percorridos para se sair de uma situação, por exemplo, de violência. Tratamos de assuntos pesados sem fazer sensacionalismo sobre o preconceito, o aborto e o assédio. Fazemos de uma forma leve, legal e justa. Queremos tocar o coração das mulheres e acredito que vamos conseguir isso, diminuindo a violência contra a mulher", acredita a promotora.

Está na hora de homens e mulheres perderem a vergonha de se dizerem feministas. Quem conhece a história é feminista. É impossível alguém conhecer a opressão das mulheres nesses últimos cinco mil anos e não ser feminista
Regina Navarro Lins

Regina Navarro, que tem um blog sobre relacionamentos no UOL e experimentou sua primeira incursão na TV no "Amor & Sexo", na Globo, pretende desconstruir velhos conceitos. "O programa vai levar o público a uma reflexão, principalmente sobre valores aprendidos. Por exemplo, muitas mulheres apanham do marido porque aprenderam a ser submissas", diz.

Para a sexóloga, o "TV Mulher" repaginado terá, ainda, o objetivo de desmistificar sobre o movimento feminista: "Está na hora de homens e mulheres perderem a vergonha de se dizerem feministas. Quem conhece a história é feminista. É impossível alguém conhecer a opressão das mulheres nesses últimos cinco mil anos e não ser feminista".

"O empoderamento está crescendo muito. O que precisa é uma aliança de homens e mulheres para romper com essa mentalidade patriarcal que no final das contas oprime ambos os sexos. Está na hora das pessoas assumirem livremente que são feministas, ou seja, que lutam e acreditam na igualdade de direitos entre homens e mulheres", defende.

"TV Mulher" sem tempo para bobagens

Uma das diferenças do novo "TV Mulher" para a primeira versão é que desta vez o programa não será mais ao vivo e, em vez de edições diárias, será apresentado semanalmente às terças. Para Gabi, fazer um programa gravado só traz efeitos positivos.

"Por que o ao vivo seria melhor do que um programa que tem a possibilidade da edição? A televisão vem evoluindo numa proporção incrível. Você pode não gastar o tempo do público vendo merrecas de assuntos ou bobagens, que passam num programa ao vivo em que você fica assistindo e que fica, eventualmente, uma encheção de linguiça. Num programa gravado você tem o melhor que foi produzido naquele espaço de tempo", considera. 

Conheça os integrantes do novo "TV Mulher"
Marília Gabriela e colaboradores lançam novo "TV Mulher" em coletiva do canal Viva - Marcos Ribas/Brazil News - Marcos Ribas/Brazil News
Marília Gabriela e colaboradores lançam novo "TV Mulher" em coletiva do canal Viva
Imagem: Marcos Ribas/Brazil News
 
 
Flávia Oliveira
Em "Feira Moderna", a jornalista abordará assuntos do dia a dia da mulher sob o ponto de vista econômico e social
 
Gabriela Mansur
No quadro "Justiça de Saia", a promotora de Justiça debaterá os direitos e deveres da mulher, com temas como aborto e violência doméstica
 
Ivan Martins
O jornalista apresentará o "TV Homem": o olhar masculino diante de questões femininas. 
 
Regina Navarro Lins
Em "Muito Prazer", a sexóloga falará curiosidades sobre o sexo
 
Ronaldo Fraga
O estilista contará histórias de mulheres país afora em seu quadro "Moda de Contar"
 
Fernanda Young
Em um ambiente lúdico, a escitora e apresentadora apresentará crônicas sobre a beleza através dos tempos
 
 
Novo "TV Mulher"
Estreia: 31 de maio
Horário principal: 22h30 (às terças)
Horários alternativos: sábado, às 21h; e domingo, às 19h.