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Jéssica Ellen critica revisionismo e defende cotas: "Dívida histórica"

Jéssica Ellen é a professora Camila em Amor de Mãe - Isabella Teixeira/GShow
Jéssica Ellen é a professora Camila em Amor de Mãe Imagem: Isabella Teixeira/GShow

Rafael Godinho

Do UOL, no Rio

17/11/2019 04h00

Resumo da notícia

  • Jéssica Ellen vê semelhanças entre sua trajetória e a da sua personagem em Amor de Mãe
  • A atriz reconhece o papel da educação na sua vida, assim como a professora Camila na trama
  • Jéssica também defende as cotas raciais no ensino superior e critica o revisionismo

Jéssica Ellen vê grandes semelhanças entre a sua trajetória e a da personagem que fará na próxima novela das 21 horas, Amor de Mãe. A atriz dá vida à professora de História Camila na trama de Manuela Dias, e irá defender o ensino público com unhas e dentes dando aula aos alunos de uma escola estadual. A atriz, que cresceu na Rocinha, no Rio, reconhece o valor da educação na sua vida.

"A Camila é um presente para mim. Ela realmente acredita que a educação vai mudar o mundo para melhor. A educação é o que mais me liga com a Camila. Acredito que só com a educação podemos ter uma mudança real e efetiva na sociedade", afirma.

A personagem é filha adotiva de Lurdes (Regina Casé) e tem muita gratidão pela família que a acolheu. Em uma das cenas iniciais, ela agradecerá à mãe pela oportunidade do estudo durante a formatura.

"Enquanto o povo não entender a importância da educação como fator transformador da sociedade, continuaremos caminhando em passos muito lentos. Só com investimento em educação de qualidade e acesso a todas as classes vamos mudar nosso país."

Jéssica Ellen ousa no look em festa de Amor de Mãe - Rafael Godinho/UOL - Rafael Godinho/UOL
Jéssica Ellen ousa no look em festa de Amor de Mãe
Imagem: Rafael Godinho/UOL
Jéssica é a favor do sistema de cotas raciais para ajudar no ingresso de pessoas negras no ensino superior.

"Tem muitas pessoas contra, mas sou totalmente a favor das cotas, porque desde que a escravidão foi extinta no Brasil, os negros demoraram para ter acesso a educação. Proporcionar cotas ajuda o negro a chegar no espaço restrito a ele", justifica.

A atriz se revolta com quem minimiza os danos causados aos negros pelos séculos de escravidão e critica o revisionismo histórico.

"É um absurdo ter gente que diz até hoje que não teve escravidão no Brasil. Existe uma dívida histórica que temos que reparar", afirma.