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'Diabão' acredita em Deus e planeja bifurcar mão após arrancar dedo

Michel Faro Prado já realizou uma série de procedimentos e chegou a remover um dedo - Reprodução/Instagram/Montagem UOL
Michel Faro Prado já realizou uma série de procedimentos e chegou a remover um dedo Imagem: Reprodução/Instagram/Montagem UOL

Guilherme Machado

Colaboração para o UOL, em São Paulo

06/07/2021 14h04Atualizada em 06/07/2021 19h52

Michel Faro Praddo costumava ficar fascinado com figuras mitológicas e monstruosas que via em filmes desde garoto. Por isso, inspirado em obras como "Legião", "30 Dias de Noite" e "Hobbit", ele começou a realizar uma série de alterações radicais em seu corpo. Ele o cobriu de tatuagens, adicionou presas a seus dentes, chifres a sua cabeça e, mais recentemente, retirou um dos dedos de sua mão e colocou dentes de prata.

"Quando comecei a modificar o meu corpo, não tinha metas a alcançar, mas tinha uma sede de fazer mais modificações corporais. Hoje, gostaria de chegar a ser o homem mais modificado do mundo", afirma ele em entrevista ao UOL.

Entretanto, a ideia de Praddo nada tinha a ver com imagens religiosas ou o conceito de um demônio. Isso acabou vindo mais tarde, como uma forma de protesto, até pelo fato de ele ser uma pessoa que diz acreditar em Deus.

[Foi] um dia quando socorri um idoso na rua e o levei ao pronto-socorro. Fui hostilizado por uma religiosa no posto e nesse dia me assumi. Tipo, podem me rotular de qualquer coisa, pois sei quem sou! Acredito em Deus e que a figura do Diabo foi criada pelo homem"

Praddo diz que não é seguidor de alguma religião específica, mas que se vê como uma pessoa espiritualizada. "Acredito em Deus como uma fonte de poder, amor, sabedoria e vários atributos que alimentam a vida como um todo".

E acrescenta: "O diabo é lindo assim. Diz o livro de Gênesis, assim como o livro de Isaías, que Jesus não habitava nenhuma formosura, que sua aparência era de uma raiz seca no deserto. Tudo ficção... Se pegar o novo testamento, todo homem de Deus foi rotulado como uma espécie de 'Diabão', até o próprio Jesus".

Ele, que atua com tatuador em Praia Grande, no litoral de São Paulo, diz que não é incomum ouvir críticas em relação à sua aparência.

"Eu já ouvi e ouço quase que diariamente em rede social. Pessoalmente, não ouço. A maioria das pessoas é covarde e não tem coragem de falar na minha frente. Não me incomoda as pessoas se assustarem, se chocarem, se espantarem, sei lidar bem com isso. Acredito que seria ignorância não saber lida, eu busco a aparência sinistra. O que não me acostumo, não aceito e nunca vou barganhar é meu devido respeito. Respeito é tudo", enfatiza ele.

Novas modificações

Michel não pretende parar. O tatuador recentemente tirou seu dedo anelar, fazendo com que suas mãos assumissem uma aparência de garras.

"A retirada do dedo foi feita com um amigo mexicano considerado um dos maiores modificadores do mundo, e essa modificação foi uma das melhores em questão de pós, muito tranquilo. Em uma semana eu já estava fazendo musculação. Foi uma semana de antiflamatorio e só", contou ele.

Agora, o tatuador tem planos de alterar a mão ainda mais e seguir mexendo no corpo.

Vai ter uma bifurcação no meio da mão para deixar ela mais aberta. Tenho um certo número de implantes de silicone no antebraço e braço. A ideia final é de produzir algumas partes metálicas externamente, para dar um ar de algo 'biomecânico'."

Recentemente, Praddo postou o seu objetivo - sem identificar quem é a pessoa que fez a modificação corporal que sonha realizar.

O entusiasmo do tatuador é partilhado por sua esposa, Carol Praddo, que também já realizou uma série de procedimento e ficou conhecida como "Mulher Demônia".

Praddo afirma que o procedimento mais complicado que já fez foi uma abdominoplastia, cirurgia plástica que envolve a retirada de excesso de pele e gordura na região abdominal.

Refiz esses dias e estou de repouso no momento. Os pontos abriram e tive que refazer. Com certeza é a que mais sofri e estou sofrendo"

Para ele, a dor é uma parte do processo, e ela vem mais intensamente após cada procedimento.

O medo sempre está presente e me deixa prudente. Às vezes a prudência me impede de algo: revejo e decido se continuo ou não. O medo está lá, mas não tem o poder em nada na minha vida"