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Quanto fica o cachê? Ex-BBBs faturam mais com chegada de nova edição

Cida Moraes, Fani Pacheco, Douglas Ferreira e Jake Leal contam se ainda dá para ganhar a vida sendo ex-BBB - Graça Paes/Thyago Andrade/Foto Rio News/Reprodução/FDP Fora do Padrão/Caio Duran/AgNews
Cida Moraes, Fani Pacheco, Douglas Ferreira e Jake Leal contam se ainda dá para ganhar a vida sendo ex-BBB Imagem: Graça Paes/Thyago Andrade/Foto Rio News/Reprodução/FDP Fora do Padrão/Caio Duran/AgNews

Ana Cora Lima e Natália Guaratto

Do UOL, em São Paulo

12/01/2016 07h00

Entrar no "BBB" é garantia de ganhar um dinheiro fácil, sair do confinamento com grana para quitar as dívidas e faturar muito com as presenças VIPs fora da casa mais vigiada do Brasil o ano inteiro, certo? Mais ou menos. Em entrevista ao UOL, quatro ex-participantes do reality show contaram como anda o mercado e avaliaram se ainda vale a pena viver de ser "ex-brother profissional".

Separadas por 10 edições, Jakeline Leal ("BBB12") e Cida Moares ("BBB2") concordam que o período pré-BBB, no começo do ano, é o melhor para aparecer e fechar mais trabalhos."A procura para presenças VIPs, coquetéis, desfiles e lançamentos de grifes cresce bastante", diz Jake, a primeira eliminada do "BBB12".

Há mais tempo na atividade de ex-BBB profissional, a ex-aeromoça Cida diz que os cachês também aumentam com a proximidade da estreia de uma nova edição. "Aumenta uns 20%. Tudo depende do que você se propõe a fazer. A grana pode chegar a R$ 7 mil [por um dia]. A média é R$ 1.200, mas tem trabalho que paga R$ 300. Tem proposta para todos os lados, todos os gostos", afirma.

Na opinião de Fani Pacheco ("BBB7" e "BBB13"), outra veterana das presenças VIPS, para os participantes que sabem administrar a carreira e consolidam um nome no mundo dos famosos, o período pré-BBB não faz tanta diferença, já que existe uma regularidade nos trabalhos.

"Meu cachê não cai de ano para ano. O que eu faço é me valorizar. Quem quiser fechar com a Fani, vai pagar tanto, quem quiser outro ex-BBB, paga mais barato. Às vezes no desespero para ganhar dinheiro, as pessoas acabam desvalorizando os cachês e fazendo qualquer coisa. Isso me afeta positivamente, porque me valoriza. As pessoas pensam: 'Esse cara acabou de sair do 'BBB' e está cobrando tanto e a Fani que já é Mathusalém cobra isso'. Não que eu cobre muito a mais, mas eu tenho um mínimo, e isso acaba me valorizando", explica a dona do bordão "Uhu! Nova Iguaçu" e atual repórter do "TV Fama".


 Douglas BBB15  - Eduardo Martins/Divulgação/CDC Shows e Eventos - Eduardo Martins/Divulgação/CDC Shows e Eventos
O ex-motoboy Douglas ataca de DJ na noite de São Paulo: "Cachê? Que palavra é essa?"
Imagem: Eduardo Martins/Divulgação/CDC Shows e Eventos
Para quem chegou há menos tempo no mercado, como Douglas Ferreira, do "BBB15", o ramo não parece mais tão promissor. "Esquece presença VIP. Hoje a gente ganha bebida, camarote e mulher. Dizer que ex-BBB ganha dinheiro com presença VIP? Esquece. Cachê? Que palavra é essa? Na verdade, a gente até pede, só que a galera não contrata", diz o ex-motoboy. Atualmente estudando teatro, Douglas conta que costuma cobrar R$ 3 mil para participar de eventos. "Aí tem aquele jogo de barganha e chega a R$ 1 mil. Eles falam que vão retornar e nunca retornam", explica.

Outro motivo sugerido pelo ex-BBB para a escassez de bons trabalhos é que ele "pegou o programa numa fase ruim". "Sou amigo de vários ex-participantes e eles falam que já ganharam muito dinheiro com presença VIP. Isso é o pessoal até a sétima edição. Tem gente que fala que o valor passava dos R$ 15 mil. Aí foi caindo bastante nas últimas edições. Também tem outra coisa: eu fui um cara pouco popular na minha edição e por isso não ganhei muito. Ganhei roupas, óculos e algum dinheiro, mas nada que salvou a lavoura", brinca.

"A crise não me afetou"

Há nove anos vivendo de ser ex-BBB, Fani diz que todos os anos pensa que a profissão vai acabar, o que nunca acontece. "Fiquei morrendo de medo da crise, mas a crise não me afetou. Pelo contrário, me ajudou. As empresas estão fechando, desesperadas e precisando de divulgação. Sou formada em Direito, se eu fizesse um concurso público, estaria trabalhando todos os dias e ganhando muito menos. Por isso eu falo que fazer presença VIP em qualquer lugar é um dinheiro fácil, sim. A realidade do mundo das celebridades não bate com a realidade brasileira e muito menos com a crise", avalia.

Aos novatos que sairão do reality em três meses àvidos por seus 15 minutos de fama, Fani avisa: "Só vale a pena para quem não tem nada a perder". "Realmente não existe mais a garantia que você vá posar para a 'Playboy' ou para a 'Sexy'. Isso acabou. A primeira vez que eu saí do 'BBB', ganhei um fogão e R$ 5 mil para pagar uma dívida da Casas Bahia e da C&A, estava com o nome sujo. Na segunda, eu saí um pouco melhor. Ganhei um voucher de R$ 12 mil do Carrefour e uma geladeira. Então não foi o 'BBB' que me fez ganhar dinheiro, foi o que eu fui lá dentro e o que eu consegui manter esses anos. Vejo muito isso. Meninas que vão lá, arrebentam, o Bial apoia, fazem e acontecem e aí chegam aqui fora e querem pagar de santa, querem mudar a imagem. Essas são as primeiras que caem no esquecimento", diz.