Até autores de programas têm preconceito contra a televisão
Escrever sobre televisão é um ofício que tem a idade da própria televisão. Os jornais e as revistas sempre trouxeram informações, análises e críticas sobre a programação.
O livro "História da Televisão no Brasil" mostra, por exemplo, que o baixo nível da programação é um tema de reflexão da imprensa, da universidade e da sociedade desde a década de 60.
Não é pequena, porém, a resistência a quem se dedica a este assunto. Além da reclamação que afeta qualquer crítico ("quem sabe, faz; quem não sabe, critica"), há uma questão bem específica, que diz respeito ao preconceito contra a própria televisão.
Comecei a escrever regularmente sobre o assunto há cerca de três anos e a "ofensa" que mais ouço é essa: "Tenho pena do Mauricio que ganha a vida cobrindo televisão." Coloquei a palavra "ofensa" entre aspas porque esse tipo de comentário diz mais sobre o preconceito de quem escreve do que sobre mim.
Há algumas semanas recebi e-mail do autor de um programa que critiquei. Ele tinha razões para estar chateado, já que classifiquei sua criação como "constrangedora". A sua resposta, porém, me surpreendeu. Disse ele: "Constrangedor é um homem de 50 anos ganhar a vida comentando programas de TV."
Em outras palavras, para este criador, que ganha a vida escrevendo para a televisão, a crítica é um trabalho menor, desimportante, que deve ser exercido por pessoas mais jovens, inexperientes. Pela primeira vez foi possível ver claramente que o preconceito contra a televisão não é apenas de quem a assiste, mas também de quem a produz.
Em tempo: Tenho escrito sobre televisão aqui no blog, mas também no site do UOL Televisão. É possível acessar estes textos clicando na barra lateral direita do blog, em UOL Televisão Crítica. Vai aparecer sempre o texto mais recente e, no pé, um índice com outras críticas. O último foi publicado nesta quinta-feira, uma crítica aos primeiros capítulos da nova novela da Record (foto), intitulado "Vidas em Jogo" estreia como filme de ação e prossegue como melodrama.
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