“Batalha dos Confeiteiros” estreia com elenco bom de treta mas Buddy tímido
Mauricio Stycer
30/09/2015 23h49
A dificuldade na comunicação ficou explícita no julgamento da primeira prova. Buddy usou basicamente duas palavras para avaliar cada doce: "Gostei muito". "Tá bom". "Tá ok". "Não gostei". "Muito bom". "O bolo estava molhadinho". "Bom trabalho."
Em compensação, o elenco escolhido para o reality show mostrou que é bom de briga. Várias pequenas tretas, desentendimentos e estranhamentos ocorreram entre os candidatos na primeira noite. Como muita gente observou, o primeiro dia de "Batalha dos Confeiteiros" foi mais animado que a primeira semana inteira de "A Fazenda".
Como tem sido uma (má) característica de outros programas de culinária, "Batalha dos Confeiteiros" não deu detalhes sobre como realizou-se a seleção e foi bastante econômica ao apresentar os candidatos.
A primeira prova se mostrou um ótimo desafio. Separados em dupla, os candidatos foram obrigados a fazer a receita do parceiro, e não a que estavam acostumados a realizar. Na hora do julgamento, deveriam provar antes e decidir se Buddy merecia, ou não, experimentar o doce. A proposta criou, de cara, alguns bons conflitos e inimizades.
A segunda tarefa, para a qual os candidatos foram divididos em quatro grupos, era criar um bolo para cem pessoas com as características do Brasil, mais um toque do Cake Boss. A prova deixou claro que "Batalha dos Confeiteiros" não é um concurso de bolos, mas de decoração de bolos. Nem Buddy nem Gaby Amarantos, convidada para avaliar, provaram os bolos antes de julgá-los.
Se o critério principal é apenas o visual, a rigor, não precisamos de Buddy e muito menos de Gaby. Melhor chamar para o júri Paulo Barros, Rosa Magalhães e outros carnavalescos.
A eliminação do primeiro candidato se deu de forma tão rápida e abrupta que muitos espectadores nem entenderam porque ele saiu do programa. Esta edição, algo confusa, é um problema que precisa ser melhorado nos próximos episódios. Igualmente, a exposição de merchans poderia ocorrer de forma uma pouco mais sutil. E espero que Buddy apareça mais.
Audiência: O programa registrou média de 12,7 pontos na Grande São Paulo, um ótimo resultado para a Record.
Veja algumas tretas:
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Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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