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Ministério Público acusa Marcelo Rezende de estimular a violência na TV

Mauricio Stycer

21/01/2016 13h24


A cena mais chocante exibida pela televisão brasileira em 2015 pode se transformar em um caso judicial em 2016. No final da tarde de 23 de junho, "Cidade Alerta" e "Brasil Urgente" mostraram, ao vivo, uma perseguição policial que terminou com um agente da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas) atirando em dois homens caídos no chão.

O Ministério Público Federal em São Paulo considera que o apresentador Marcelo Rezende, do programa da Record, se posicionou de forma hostil e incitou à violência durante a transmissão.

"Se ele atirou é porque o bandido estava armado. E ele fez muito bem", defendeu o apresentador do "Cidade Alerta" na hora (veja no vídeo abaixo). Menos entusiasmado, Datena disse: "Não sei se os caras apontaram o revólver para o policial, não vi. Provavelmente, sim". Depois, revendo a cena, questionou a ação policial, sendo muito xingado nas redes sociais.

O procurador Pedro Antonio de Oliveira Machado, da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo, quer que a Record veicule uma retratação, por dois dias, no mesmo horário do "Cidade Alerta", deixando claro que não concorda com a visão de Rezende.

Questionada pelo procurador antes que ele ajuizasse a ação, a Record argumentou que pelo fato de estar fazendo uma transmissão ao vivo não tinha como escolher as imagens que seriam exibidas, nem como prever o desfecho da ação.

O Ministério Público considera, porém, que a emissora, ao autorizar a transmissão, assumiu a responsabilidade pelo que foi visto. Além disso, argumenta o MP, a Record não viu problemas em reexibir imagens gravadas sobre o ocorrido.

Procurada, a Rercord informou que não foi notificada da ação. Caso a Justiça aceite o pedido do Ministério Público, a emissora irá se defender.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.


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