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Cid Moreira discorda de Boni e elogia a informalidade do JN: “Descontrai”

Mauricio Stycer

03/11/2016 01h32

cidmoreiraamauryApresentador do "Jornal Nacional" por 27 anos, entre 1969 e 1996, Cid Moreira representa a fase mais sisuda e conservadora do telejornal da Globo. Em parceria com Hilton Gomes e Sergio Chapelin, entre outros, o locutor apenas lia as notícias atrás da bancada, sem alterar o tom de voz ou comentá-las.

Nem mesmo expressar sentimentos com o rosto, como um sorriso ou tristeza, era permitido. "Não cabia a informalidade", disse ele a Amaury Jr., em entrevista exibida na noite de quarta-feira (02) na RedeTV!.

É uma situação muito diferente da vivida hoje por William Bonner, que anda pelo estúdio e faz graça com Maria Julia Coutinho, a Maju. Lembrado por Amaury que Boni, seu antigo chefe, não aprova esta informalidade toda, Cid disse: "Eu gostaria de estar vivendo esta época. Gosto de levar tudo na brincadeira. Isso descontrai. É o meu jeito de ser", observou, não sem fazer uma ressalva. "Tudo em excesso não é bom".

Outra revelação curiosa do locutor a Amaury teve a ver com a sua famosa e poderosa voz. "Não gostava da minha voz, um dia ela estava bem, outro dia não estava. Agora, tenho absoluto controle dela. Modéstia à parte, tá bem melhor hoje."

Ao 89 anos, e 72 de carreira, Cid Moreira mantém o hábito de ficar com um pedaço de gengibre na boca. Ajuda a voz, ensinou. O locutor contou que ainda sonha com o tempo em que foi apresentador do JN: "Até hoje tenho pesadelo. Sonho que a letra (do teleprompter) apagou".

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.