Como Letícia Colin e sua Leopoldina roubaram a cena em “Novo Mundo”
Mauricio Stycer
11/04/2017 04h01
Encerrada a primeira fase, passada em 1817, é possível dizer que "Novo Mundo" não se desenvolveu exatamente como planejaram os autores – e isto não está sendo um problema. Ao contrário.
O problema é que estes dois tipos ficcionais, Anna e Joaquim, são muito menores que o casal de personagens históricos gravitando em torno deles. Um é bem conhecido. Trata-se do jovem Pedro (Caio Castro), príncipe regente que vai gritar "independência ou morte" em algum momento da trama. A outra tem menos fama. É a jovem princesa Leopoldina (Letícia Colin), que vem ao Brasil com a missão de casar com Pedro.
É uma personagem fascinante que, sabemos, vai sofrer horrores à medida em que Pedro perder o encanto por ela e deixar de ter pruridos de humilhá-la em público, expondo o seu romance com Domitila (Agatha Moreira), a futura marquesa de Santos.
Não bastasse o espaço que Leopoldina está ocupando em "Novo Mundo" – e espero que cresça ainda mais –, Letícia Colin está roubando a cena. Muito preparada, com um sotaque bem construído e um sorriso luminoso, a atriz é o maior destaque, até agora, no elenco da novela.
Cabe registrar, ainda, sobre esta primeira fase de "Novo Mundo" que os capítulos iniciais, no navio que transportou Leopoldina ao Rio de Janeiro, exibiram uma qualidade excepcional – padrão filme da Disney. Mérito do diretor Vinicius Coimbra e de sua equipe.
Resta esperar que a segunda fase de "Novo Mundo", ambientada em 1821, com a volta de Dom João a Portugal e Dom Pedro assumindo o papel de regente, mantenha o padrão exibido pela novela até agora. Um bom divertimento mesclado com situações que fazem o espectador refletir um pouco sobre a formação do país.
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Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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