Maria Casadevall e Fátima criticam a Câmara: “Distante da vontade do povo”
Mauricio Stycer
04/08/2017 12h00
Normalmente avessa a manifestações políticas, Fátima Bernardes resolveu dizer o que pensa sobre a decisão da Câmara dos Deputados de arquivar o pedido de investigação contra o presidente Michel Temer. O resultado mostrou, na visão da apresentadora, que o Congresso está "distante da vontade do povo".
A observação surgiu em meio a um diálogo provocado pela atriz Maria Casadevall, presente no estúdio nesta sexta-feira (04). "Eu gostaria só de deixar registrada a minha indignação como cidadã brasileira com o resultado da votação na Câmara dos Deputados anteontem, pelo arquivamento da denúncia apresentada contra Michel Temer. Eu queria dizer que esse resultado não me representa", disse a atriz. "E eu acredito também que não representa a grande maioria da população brasileira", acrescentou.
Ao fundo, o ator Paulinho Serra fez coro: "Nenhum de nós!". E Fátima lembrou: "Havia uma pesquisa que mostrava que quase 95% das pessoas queriam o não arquivamento. Mas é como muita gente diz: é como se aquele local ali (a Câmara) fosse um outro país". Maria Casadevall acrescentou: "Completamente alheio à vontade do povo". E Fátima: "Distante da vontade do povo".
Sobre a votação
Na quarta-feira (02), a Globo interrompeu a sua programação no meio de "Novo Mundo" e deixou de exibir o telejornal local, "Pega Pega", "Jornal Nacional" e "A Força do Querer" para transmitir, ao vivo, a votação na Câmara dos Deputados que não autorizou a abertura de processo contra o presidente Temer. Foi a única emissora a mostrar a votação na íntegra.
"Fora Temer" em 2016
O incidente, na época, causou constrangimento. A direção da Globo mandou reforçar, nos bastidores, o controle sobre o que vestem e carregam os convidados de atrações ao vivo. No caso do tecladista de Hoocker, a culpa foi creditada à figurinista do programa de Fátima, que não checou a camiseta que ele vestia por baixo da camisa.
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Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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Sobre o blog
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