Criações da autora, Jeiza e Caio compensam retrato de Bibi no mundo do crime
Mauricio Stycer
10/08/2017 05h01
Como é informado diariamente ao final de cada capítulo de "A Força do Querer", a personagem Bibi é inspirada nas histórias relatadas por Fabiana Escobar no livro "Perigosa". Gloria Perez tomou algumas liberdades, como mostrei neste vídeo, mas manteve o essencial da narrativa de Fabiana.
No livro de Fabiana, porém, não existe nenhum Caio (Rodrigo Lombardi) e há uma breve menção a uma policial que pode ter inspirado Gloria Perez a criar Jeiza (Paolla Oliveira). Mas nada que sugira a raiva que Bibi sente da major da novela.
O marido de Fabiana, segundo "Perigosa", era carteiro, e não garçom, como em "A Força do Querer". Ela escreve: "Três dias depois da prisão, o Correio o demitiu por justa causa, pois uma 'certa' inspetora insistiu em falar à imprensa que ele usava moto dos Correios para transportar drogas, o que era uma MENTIRA". Em outra passagem do livro, ela registra: "Ele conseguiu fugir da carceragem da Polinter, bem debaixo do bigode da mesma inspetora que inventou tanta mentira nos jornais. Isso ela não fala, né?"
Jeiza e Caio têm funções importantes na trama de Gloria Perez. A major da PM é a principal antagonista de Bibi e representa o lado exemplar da polícia. É bem preparada, incorruptível e destemida – um exemplo.
Já o advogado e ex-namorado ajuda a sublinhar o que Bibi abriu mão para ficar com Rubinho, em nome do amor, mas mantendo sempre uma eletricidade no ar entre os dois. Ele também representa a lei e a luta contra o crime.
Não à toa, nos próximos capítulos Caio e Jeiza começarão a namorar. Contra a crítica de que a novela, por ter Bibi como uma das protagonistas, romantiza a vida de traficantes, a PM e o advogado estão sempre lembrando que o crime não compensa.
O que é real e o que é inventado na história de Bibi em A Força do Querer?
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Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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