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Porchat em queda e disputa entre Bial e Gentili marcam início da temporada

Mauricio Stycer

16/04/2018 12h21


A faixa destinada aos programas de entrevistas de final de noite tem registrado novidades em 2018. Chamam a atenção o fraco desempenho do "Programa do Porchat" e os números de audiência muito próximos entre "Conversa com Bial" e "The Noite", com Danilo Gentili.

Porchat voltou em 5 de março entrevistando William Waack. Marcou média de 4,2 pontos. Gentili retornou uma semana depois, em 12 de março, trazendo Fábio Jr. Registrou 4,7 pontos de média. Bial só estreou nova temporada em 2 de abril, entrevistando o escritor Geovano Martins. A audiência foi de 5,2 pontos.

Para efeito de comparação, coletei os dados de audiência em São Paulo apenas das últimas duas semanas – período em que os três estiveram no ar exibindo programas inéditos. Os talk shows nem sempre vão ao ar na mesma hora, o que dificulta dizer que um venceu o outro. Mas ocupam uma mesma faixa – a do final da noite – e, por isso, os números sinalizam algum tipo de preferência.

O "Programa do Porchat" vai ao ar de segunda a quinta. Nestes oito últimos episódios registrou média de 2,86 pontos. Seu melhor resultado, 4,1 pontos, ocorreu na noite em que entrou ao vivo, entrevistando Xuxa e a vencedora do "Dancing Brasil", na sequência da final do reality de dança. Nos demais dias, o talk show da Record oscilou entre 2,3 (com Marcelo Tas) e 3,1 (Jorge & Mateus).

A comparação entre os talks shows de Bial e Gentili mostra uma disputa bem mais competitiva. Nestes dez dias, o talk show da Globo acumula média de 5,81 pontos contra 5,44 do programa do SBT.

Gentili registrou médias superiores em três noites. Os melhores resultados ocorreram nas entrevistas com Tirulipa e Sabrina Sato, ambas com médias de 6,7 pontos. "The Noite" também foi muito bem ao entrevistar Antonia Fontenelle (5,7 pontos) e Gusttavo Lima (6,2).

Já Bial teve a sua melhor noite (7,5 pontos) ao promover uma homenagem a Cazuza, que estaria fazendo 60 anos em 2018. O programa também foi muito bem ao entrevistar Paulo Coelho na Suíça (6,4) e Nego do Borel e Lucas Veloso (6,9).

O que explica o baixo desempenho do "Programa do Porchat"? É verdade que a Record demorou a entrar nesta disputa e, por isso, não tem um público tão fiel quanto as suas concorrentes (o talk show de Porchat foi lançado em agosto de 2016). Mas os números deste início de 2018 sinalizam uma queda importante em relação à segunda temporada, em 2017. Em setembro do ano passado, por exemplo, o talk show registrou média de 4,9 pontos e em outubro, de 4,8.

É evidente que uma comparação de números de duas semanas é insuficiente para maiores conclusões, mas dá uma ideia de cenário. E ele mostra que o "The Noite" está bem sólido em sua faixa e que "Conversa com Bial" terá que se esforçar para seguir em primeiro lugar.

Atualizado em 30 de abril: Uma análise dos números de audiência referentes às quatro primeiras semanas de abril mostra resultados parecidos com os registrados nas primeiras duas semanas. Exibidos 20 programas, "Conversa com Bial" acumula uma média de 5,92 pontos, levemente superior à da primeira quinzena, que foi de 5,81. Já "The Noite" sofreu uma pequena queda no total do mês comparado à primeira quinzena – foi de 5,44 para 5,28 pontos. Por fim, exibidas 16 edições, o "Programa do Porchat" registrou crescimento – foi de 2,86 para 3,17 pontos.

Nesta segunda quinzena, o maior destaque foi a entrevista de Jô Soares a Porchat, responsável pela maior audiência do talk show da Record no ano: 4,7 pontos. No SBT, Danilo Gentili foi líder de audiência entrevistando três integrantes do Casseta & Planeta (média de 6,1 pontos). Já Bial teve o seu melhor momento no Ibope fazendo uma homenagem a Tim Maia 20 anos depois de sua morte (7 pontos).

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

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