Em programa emocionante, Tá no Ar lembra que o humor tem história e avança
No último episódio da temporada 2018, exibido nesta terça-feira (17), o "Tá no Ar" deixou de lado a sua proposta original – rir dos absurdos, exageros e distorções da televisão – para fazer uma homenagem emocionante a diferentes gerações de humoristas.
Recorrendo a imagens de arquivo e a esquetes gravados agora, o "Tá no Ar" lembrou de um sem número de programas de humor do passado, desde "Satiricom", mostrou dezenas de humoristas da velha guarda e reverenciou uma infinidade de nomes.
Anotei alguns, mas é uma lista impossível de compilar num texto curto como esse: Chico Anysio ("o maior comediante do Brasil"), Jô Soares, Renato Aragão e os Trapalhões, Ronald Golias, Grande Otelo, Costinha, Paulo Silvino, Dercy Gonçalves, Nair Bello, Berta Loran, Agildo Ribeiro, Lucio Mauro, Juca Chaves, Tom Cavalcante, a turma do TV Pirata, Bussunda e o Casseta & Planeta, entre muitos outros.
Na vinheta de encerramento, o especial do "Tá no Ar" também lembrou de programas de humor e comediantes de gerações próximas aos criadores do programa, como Comédia MTV, Hermes e Renato, Pânico e Porta dos Fundos. E, não menos importante, ainda que rapidamente, chamou a atenção para uma geração mais nova, em particular a turma do Choque de Cultura. "Que legal ver chegar gente nova que vem pra somar, fazer rir, e seguir, juntos e misturados no ar", cantou o humorístico.
O especial lembrou, mais uma vez, que humor é processo, tem história, construída degrau a degrau, e a piada de hoje só é possível porque a piada de ontem, velha, fez graça no seu tempo. "Respeito com quem vem antes, generosidade com quem vem depois", diz Marcius Melhem, um dos criadores do "Tá no Ar", ao lado de Marcelo Adnet e Mauricio Farias.
No início desta quinta temporada, me perguntei se o "Tá no Ar" havia chegado no seu limite – não por culpa do excelente time que faz o humorístico, mas pelo fato de a televisão, que serve de matéria-prima ao programa, se repetir demais. Ao final de 13 episódios, sigo com a impressão de que falta frescor, mas preciso acrescentar que, mesmo surpreendendo menos, o "Tá no Ar" continua afiado, abusado e, muitas vezes, genial.
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