Jogando muito, Rafael Ilha encarna o “bem” contra o “lado negro” da Fazenda
Mauricio Stycer
27/11/2018 05h01
Quem poderia imaginar que, faltando 16 dias para o fim da "Fazenda 10", Rafael Ilha estaria despontando como um dos favoritos para vencer o reality? Com exceção de seus parentes mais próximos e de Sonia Abrão, apresentadora da RedeTV! e madrinha do ex-Polegar, acho que ninguém apostava nele no início da disputa.
Um ano antes, durante a segunda temporada do "Power Couple", Rafael Ilha fez o que se esperava dele – esbanjou mau humor, bateu boca com a mulher de Sylvinho Blau-Blau e abandonou o estúdio da Record antes do término da final.
O que mudou? Ilha começou "A Fazenda" com discrição. Evitou se envolver nas primeiras polêmicas e assistiu à eliminação de várias mulheres que disputavam o protagonismo da edição – em especial, Ana Paula Renault e Gabi Prado.
Com algum bom senso, muito autocontrole e sabedoria para perceber com quem deveria se aliar, Ilha foi construindo um caminho de sucesso. Convenceu os colegas de confinamento e parte do público que encarna a "luz" na luta contra o "lado negro" (palavras suas) da "Fazenda". Fala isso com a autoridade (autoconcedida) de quem já esteve do outro lado.
Não à toa, tem entretido os peões e o público que acompanha o programa na internet com histórias sobre a época em que encarou a "vida louca" do mundo das drogas. Revelou esta semana que, certa vez, estava tão drogado que nem sentiu um tiro que levou nas costas. Também já contou sobre uma overdose que sofreu, entre outros dramas reais.
Ilha se beneficiou, igualmente, da expulsão de Nadja Pessoa, uma candidata forte, que poderia confrontá-lo. Assim como o ex-Polegar, Nadja também estava sendo vista pelo público como a encarnação do "lado bom" da força.
Ilha já esteve em quatro roças – em duas se salvou na prova do fazendeiro. Na disputa contra Perlla, ficou com facilidade (77,36% dos votos). E, no seu momento mais arriscado, viu o público decidir pela saída de Leo Stronda, outro candidato supostamente competitivo (ficou com 64,51% dos votos).
Persuasivo, convenceu Sertanejo a não indicá-lo para a roça nesta segunda-feira (26) sob o argumento que já foi quatro vezes. Acabou sobrando para Caíque. No atual estágio do jogo, já garantido entre os cinco últimos, dificilmente, Ilha não estará na final desta "Fazenda".
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
Sobre o blog
Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.