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Erros, saias justas, maldades, decepções e más ideias: os piores de 2018

Mauricio Stycer

26/12/2018 05h01

Fim de ano, como sempre, é tempo de balanços e listas. O blog inaugurou a série na última semana com o vídeo Dez momentos que a gente preferia não ter visto na TV em 2018. Prossigo agora com esta seleção de piores do ano, que inclui decepções, erros e más ideias. Como de costume, esta é uma lista muito pessoal. Fique à vontade para discordar e apresentar os seus votos nos comentários. Nos próximos dias publico uma lista com os melhores do ano.


O maior constrangimento: Um Temer apresentado como "vampiro neoliberatista", manifestantes políticos representados como fantoches, referências a trabalho escravo e muita crítica de cunho social. O desfile da Paraíso da Tuiuti surpreendeu a equipe da Globo no Sambódromo. Constrangidos, Fátima Bernardes, Alex Escobar e Milton Cunha evitaram fazer comentários sobre o desfile mais falado do ano.


Maior maldade: Perto do Carnaval, um editor do "Programa da Sabrina" recebeu a notícia de que foi demitido. Ato contínuo, ele apagou todo o conteúdo da edição que iria ao ar dois dias depois. A apresentadora só soube da sabotagem no Baile da Vogue, à noite. Quase dois meses depois, ela riu do episódio: "Você já viu isso alguma vez na história da televisão? Acho que foi um surto, mas ele se arrependeu muito e pediu desculpas", disse ela.


A pior edição: O segundo episódio de "Junior Bake Off Brasil", exibido pelo SBT, chamou a atenção dos espectadores pelo final abrupto, sem o anúncio do nome das duas eliminadas nem a reação delas ao resultado. A emissora explicou depois que o corte foi intencional, para não expor a reação de tristeza e choro das duas meninas que deixaram o reality. Preocupação louvável, mas o espectador ficou sem saber quem foi eliminado.


A pior novela: Num ano tão fraco em matéria de novelas, é difícil escolher a pior sem cometer uma injustiça com outras ruins. Meu voto vai para "O Outro Lado do Paraíso", justamente a que registrou maior audiência este ano na televisão. Texto pobre, sem lógica, abusando de clichês e reciclando histórias conhecidas, a novela de Walcyr Carrasco agradou em cheio ao público. "Os críticos não entenderam a novela", disse o autor aos festejar os números do Ibope.


A maior decepção: Outro caso de boa audiência e pouco entusiasmo da crítica foi a série "Treze Dias Longe do Sol". Uma coprodução da Globo com a O2, apostou numa história de suspense, de apelo fácil, e em um roteiro sem profundidade, com personagens rasos e descartáveis. Quem mais se destacou, em uma série que tinha Selton Mello como protagonista, foi Debora Bloch como uma executiva inescrupulosa.


O mais chato: De janeiro a dezembro, Fausto Silva insistiu em discutir os grandes problemas nacionais em meio à algazarra do seu auditório. Eleições, educação pública, segurança, economia, Previdência, corrupção… Todos os convidados do "Domingão" passaram por sabatinas nas quais quem fala mais é sempre o próprio apresentador. Com desabafos de tiozão no churrasco, tentou transformar o Domingão num programa da Globo News. Para nossa sorte, não conseguiu.


A pior ideia: José Luiz Datena queria tanto trocar o jornalismo pelo entretenimento que aceitou a proposta mais insensata que recebeu na vida: apresentar um programa de seis horas de duração aos domingos, das 15h às 21h, na Band. É óbvio que "Agora É com Datena" não deu certo. O programa foi encurtado e a sua pauta, originalmente focada no entretenimento, foi sendo alterada em direção ao que domina mais, o jornalismo.


A maior saia justa: Convidadas do "Vídeo Show", as atrizes-mirim Natthalia Gonçalves e Raphaela Alvittos contaram que para acalmar o cachorrinho que contracena com elas em "O Tempo Não Para" aplicam anestesia no animal. O comentário, ao vivo, provocou alvoroço. Sophia Abrahão logo desmentiu: "Não dão anestesia, estão falando aqui. O cachorro é fofo mesmo". E no fim do programa, uma produtora entrou em cena para esclarecer: "A gente usa o adestramento sempre com recompensa positiva."


A segunda maior saia justa: Esbanjando mau humor na segunda temporada do "Batalha dos Confeiteiros", Buddy Valastro foi surpreendido por um participante que questionou o seu julgamento. E, por discordar, pediu para sair. "Eu sei que você não gostou, está decepcionado, mas eu gostei do trabalho. O bolo é uma questão de gosto. Se quiser me mandar embora, estou pronto pra ir", disse Ícaro. Instantes depois, acrescentou: "Eu gostaria de ir embora. Eu quero sair do programa."


Maior cara de jabá: Embora anunciado como uma parada de sucessos do rádio, da TV e da internet, o foco principal de "Só Toca Pop" foi a música popular consumida por streaming. E, não por acaso, um dos três patrocinadores da atração é um serviço de música por streaming. Fernanda Souza e Luan Santana comandaram uma atração que fez a festa da indústria musical.

Seis outros textos que inspiraram esta lista
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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.


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