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Após “apagão” em 2018, Globo descreve o que a Tuiuti mostrou na avenida

Mauricio Stycer

05/03/2019 05h05


Havia muita expectativa em relação à Paraíso da Tuiuti no Carnaval de 2019 – e sobre como a Globo apresentaria o desfile. Afinal, no ano anterior, a equipe da emissora ficou constrangida com a crítica explícita ao governo Temer e engasgou durante a passagem da escola pela avenida.

Este ano, mais uma vez, a Tuiuti trouxe um enredo com forte conotação política. Intitulado "O Salvador da Pátria", apresentou a história do bode Ioiô, eleito como vereador em Fortaleza, em 1922. Foi, naturalmente, um voto de protesto, reflexo do descontentamento da população com os políticos tradicionais.

Houve quem enxergasse no enredo uma alusão ao ex-presidente Lula, mas a escola não deu nenhuma informação neste sentido.

A equipe da Globo no Sambódromo fez várias observações sobre o tom do desfile. Milton Cunha chamou a atenção para "o preconceito da elite contra a manifestação popular". Fátima Bernardes observou que a escola fez "uma crítica à manutenção dos privilégios", assim como "uma crítica à condenação do sertanejo à miséria e à fome".

Fátima também observou, vendo o desfile, que "as lideranças políticas e econômicas manipulavam o povo". E Milton acrescentou que a Tuiuti retratou "o povo como fantoche".

Por fim, ao ver a ala que mostrava "a peleja entre o bode da resistência e a coxinha ultraconservadora", a apresentadora da Globo resumiu que o desfile foi "uma metáfora com a nossa realidade de hoje".

Diferentemente do que ocorreu em 2018, a equipe da Globo descreveu o que viu na avenida. Não pode ser criticada por ter evitado fazer especulações ou ilações.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

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Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.


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