Monalisa Perrone é a primeira perda importante da Globo para a CNN Brasil
Mauricio Stycer
03/09/2019 15h21
Na nota de dez parágrafos em que Ali Kamel comunica a mudança na bancada do "Hora 1", apenas em um, o penúltimo, o diretor de jornalismo da Globo fala sobre Monalisa Perrone, a apresentadora que deixa o posto. Os oito primeiros são dedicados a Roberto Kovalick, o jornalista que assume o programa na segunda-feira (09). E o último trata de Michelle Barros, que ocupará o lugar interinamente esta semana.
Houve quem entendesse a curta referência a Monalisa como sinal de insatisfação. Talvez seja mesmo.
Com todo respeito a outros profissionais que trocaram a Globo pela CNN Brasil, Monalisa Perrone é, de fato, a primeira que a emissora pode lamentar que "perdeu" para o novo canal. Competente, simpática, bem-humorada e desenvolta, a jornalista comandava uma atração de sucesso, o "Hora 1", apresentava o "Jornal Nacional" em sistema de rodízio aos sábados, além de dar show, duas noites por ano, ao lado de Chico Pinheiro, na transmissão dos desfiles de Carnaval em São Paulo.
Na referência a Monalisa, Kamel destacou a sua versatilidade e ascensão interna, sublinhou o sucesso à frente do telejornal na madrugada e encerrou de forma protocolar com um "agradecemos a colaboração e desejamos sorte nessa nova etapa". Palavras educadas, mas sem maior entusiasmo, do agora ex-chefe:
"Somos gratos a Monalisa por sua trajetória. Depois de uma carreira nas principais rádios de São Paulo, Monalisa chegou à Globo em 1999 para integrar o time de repórteres locais. Trabalhou em todos os telejornais da Globo e foi repórter do 'Jornal Nacional' até novembro de 2014, quando assumiu a bancada do 'Hora 1' na estreia do telejornal. Por quase cinco anos, liderou o matutino com grande êxito. Monalisa esteve à frente das transmissões dos desfiles das escolas de samba de São Paulo nos últimos seis anos. A ela agradecemos a colaboração e desejamos sorte nessa nova etapa."
Vai fazer falta à Globo.
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Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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