Faustão lança enigma ao criticar programa e apresentador “fatiado”
Mauricio Stycer
18/10/2019 13h03
A participação de Fausto Silva no "Mais Você" nesta sexta-feira (18) foi um evento de grandes proporções, com direito a "Arquivo Confidencial", inúmeras gafes, bolo, champanhe e algumas "indiretas".
Ana Maria Braga está comemorando 20 anos na Globo enquanto o comandante do Domingão festejou recentemente três décadas na emissora. O encontro da dupla, em São Paulo, rendeu momentos impagáveis, nos quais Faustão exercitou aquele misto de sinceridade com dubiedade que faz a festa dos seus fãs.
O momento mais curioso ocorreu após uma série de elogios a Ana Maria, quando Faustão criticou uma nova prática, segundo ele, de "fatiar apresentador" e a existência de "programa fatiado". Não ficou claro a quem se dirigiu a crítica.
Começou com o elogio: "Ana, você fala sério, se expõe totalmente, você é transparente mesmo. E quem te conhece há muitos anos… Eu sei tudo que você passou. Você é de uma geração que teve que se expor, enfrentar preconceitos, no pais da hipocrisia, no país da falsidade", disse Faustão.
E seguiu: "E você foi sempre pela sua personalidade, pelo seu caráter. Esse entrosamento que você tem com o Tom Veiga, com o Louro José, é uma das coisas mais legais da história da televisão. Existe respeito recíproco, admiração e principalmente uma convivência muito, muito rara. E é de verdade. Aqui é verdade", completou o elogio.
Emendando, Faustão esboçou a crítica: "Porque nos tempos de hoje, você vê, estão inventando até um novo tipo, que é fatiar apresentador, como se fosse carpaccio, como se fosse pão de forma. Só quem não entende de comunicação é que tenta isso", disse. De quem estaria falando?
"Já se tentou nos Estados Unidos, já se tentou na Itália. É uma imbecilidade que… é ruim para o público, péssimo para quem apresenta. Porque cada um tem um jeito", continuou, antes de dar um exemplo. "É diferente a dramaturgia, que cada ator tem o texto para falar a parte dele. No caso de apresentador é uma imbecilidade. O programa fatiado, não existe isso aí." O que seria um "programa fatiado"?
Faustão também contou que sonha com um estúdio de maiores proporções em São Paulo. E revelou: "É pequeno o estúdio. O Robertinho Marinho Neto tá prometendo construir um estúdio legal aqui (em São Paulo). O Robertão, o João Roberto e o José Roberto deram liberdade para ele construir um estúdio aqui".
Ana Maria aproveitou a deixa para dizer que, com um novo estúdio, Faustão poderia participar do quadro "Dança dos Famosos". E ele emendou: "Vou dançar antes. Vão me mandar embora. E vão inaugurar com um novo apresentador, bem mais novo, mais barato e menos chato."
Antes, pontificando sobre o que caracteriza uma boa apresentadora, Faustão disse: "O mais importante de uma carreira, que vale de exemplo, é você ter uma certa coerência. E você, Ana, é o maior exemplo disso. Você é da última geração das comunicadoras, do estilo Hebe Camargo, até Sarita Campos. É ter a coerência de não fugir das origens, de tentar ser transparente".
E lembrou: "Você tem que olhar pra trás e toda manhã dar uma porrada na vaidade. Nessa profissão principalmente. Você vai no cemitério e tá cheio de cara poderoso e vaidoso."
E ainda elogiando Ana Maria, acrescentou: "Você mostra, diariamente, o tesão pela profissão e o amor pelo que faz. E, por isso, sabe como fazer e se supera."
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Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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