Gratuidade será arma poderosa na guerra dos serviços de streaming
Mauricio Stycer
03/11/2019 05h01
A WarnerMedia revelou esta semana detalhes sobre o seu aguardado serviço de streaming. O HBO Max será lançado em maio de 2020 e vai custar US$ 14,99 por mês (o equivalente a cerca de R$ 60).
A expectativa é que o serviço seja lançado já com cerca de 10 mil horas de conteúdo em séries originais ou licenciadas, filmes e outros conteúdos da Warner Bros., New Line, DC, CNN, TNT, TBS e Cartoon Network. Além das séries da HBO, o catálogo vai incluir "clássicos" como "Friends", "The Big Bang Theory", "Pretty Little Liars" e "Vila Sésamo".
Antes do HBO Max já terão sido lançados nos Estados Unidos outros dois serviços de streaming importantes, a Apple TV + (agora, em 1º de novembro) e o Disney + (em 12 de novembro).
Um dos detalhes que mais chamaram a atenção sobre o HBO Max é que ele será oferecido de graça para cerca de 10 milhões de assinantes de pacotes de TV por assinatura da AT&T que incluem a HBO.
A gratuidade é uma arma que também está sendo usada pelos concorrentes. Em setembro, a Amazon integrou o seu serviço de streaming a um pacote mais amplo de produtos, incluindo música, e-books, games e entregas de mercadorias. Tudo junto por um preço mais baixo do que o cobrado anteriormente apenas para quem assinava por conteúdo de TV.
Nos EUA, o Disney + será oferecido gratuitamente por um ano para clientes da operadora Verizon com planos sem fio ilimitados. O Peacock (NBCUniversal) vai ser oferecido de graça para os clientes da empresa controladora do serviço, a Comcast, quando for lançado, em abril de 2020.
O Apple TV + será gratuito por um ano para os clientes que compraram qualquer iPhone, iPad, Apple TV, Mac ou iPod touch novo a partir do dia 10 de setembro.
Todas estas iniciativas indicam a pressa em engordar o número de assinantes o mais rápido possível. Afinal, todas estas empresas estão correndo atrás de um líder muito bem estabelecido no mercado. A Netflix conta hoje com mais de 158 milhões de assinantes no mundo.
Se tiverem efeito, as ofertas gratuitas podem vir a se tornar uma arma poderosa na guerra do streaming que se se aproxima.
Stycer recomenda
. Jorge Fernando deixou marca pessoal em comédias dos maiores autores da TV
. Jornalismo da Record tem sérios problemas para resolver
. Mau humor de Tony Tornado quebra o clima de festa e elogios do "Popstar"
. UOL Vê TV: Silvio Santos é a solução ou um eterno problema para o SBT?
Pior da semana
Até o elenco de A Dona do Pedaço faz chacota com a burrice de Teo
Melhor da semana
Noveleiros adotam streaming e não sentem falta da TV: "Horrível ser refém"
Uma versão deste texto foi publicada originalmente na newsletter UOL Vê TV, que é enviada às quintas-feiras por e-mail. Para receber, gratuitamente, é só se cadastrar aqui.
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
Sobre o blog
Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.