Topo

“Rei Davi” foi a melhor das minisséries épicas da Record

Nilson Xavier

04/05/2012 07h00

A Record comemora a repercussão de sua minissérie Rei Davi – cujo último capítulo foi exibido na quinta-feira, 03/05. Apresentada desde 24/01, às terças e quintas-feiras, em 30 capítulos, Rei Davi bateu de frente com a programação noturna da Globo e chegou a liderar a audiência no horário no qual era exibida em mais de vinte ocasiões, concorrendo diretamente com atrações como o BBB, a minissérie O Brado Retumbante e a séries As Brasileiras e Amor e Sexo.

E tem explicação para sua audiência cativa: a identificação direta do público alvo – o que aprecia histórias bíblicas – concorrendo com uma minissérie difícil de ser digerida (O Brado Retumbante), uma edição "apagada" do BBB e a safra irregular de As Brasileiras e Amor e Sexo, que não tinha linearidade da audiência (alguns episódios ruins faziam o público trocar de canal). Rei Davi se garantiu em seu público alvo e chamou a atenção daquele que fugiu de alternativas pouco animadoras dos outros canais.

Mas é injusto justificar a repercussão de Rei Davi na falta de opção da concorrência. A Record apresentou uma superprodução épica, um trabalho de mais de trezentas pessoas e investimento de mais de R$ 25 milhões de reais, primeira obra neste formato com cenas gravadas fora do país (no Canadá e Chile). Remeteu a produções americanas – guardadas as devidas proporções, claro! – como o filme 300 e as séries Spartacus e Game of Thrones.

Rei Davi representou um avanço nas minisséries bíblicas da Record – que a emissora prefere chamar de "minisséries épicas" – quando comparada com as produções anteriores: A História de Ester (2010) e Sansão e Dalila (2011). Alguns acidentes de percurso chamaram a atenção: Leonardo Brício, o Rei Davi, caiu do cavalo e, em outra ocasião, teve a mão machucada. Já a atriz Cibele Larrama teve uma parte de seus cabelos queimados durante uma gravação – chegou a fazer uma cirurgia plástica para amenizar as marcas de queimaduras nas costas.

Ainda uma nota triste: o falecimento da atriz Marly Bueno – que vivia a vilã Ainoã, mulher do Rei Saul (Gracindo Jr.) – no dia 12/04/2012, no Rio de Janeiro, após ter sido hospitalizada para uma cirurgia no intestino. Ela tinha 78 anos, estava no ar em Rei Davi, mas já havia concluído suas gravações na minissérie.

A produção de uma nova minissérie épica para 2013 está garantida. E que seja superior a Rei Davi – saem ganhando o público, a emissora e todos os profissionais envolvidos. E que seja também uma oportunidade para corrigir os erros cometidos nesta, como os de caracterização (maquiagem e perucas e barbas postiças fakes demais).

Rei Davi: minissérie de Vivian de Oliveira, livre adaptação dos livros I Samuel e II Samuel, da  Bíblia, escrita com Camilo Pellegrine, Emílio Boechat, Maria Cláudia Oliveira e Altenir Silva. Direção de Edson Spinello, Leonardo Miranda e Rogério Passos, com direção geral de Edson Spinello.

Saiba mais sobre Rei Davi no site Teledramaturgia.

Leia AQUI sobre o falecimento da atriz Marly Bueno.

Sobre o autor

Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.

Sobre o blog

Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.

Blog do Nilson Xavier