"Malhação" prega que Ensino Público cabe ao governo, professores e comunidade
"A escola é um bem público, é de todo mundo. Todos têm que usar e têm que cuidar!"
Essa foi uma das falas do discurso de Dóris em "Malhação, Viva a Diferença", cena que repercutiu no capítulo de sexta-feira (28/07). A personagem, vivida por Ana Flávia Cavalcanti, é diretora da Escola Cora Coralina, que foi parcialmente destruída em uma tempestade. Professores e alunos se mobilizaram para uma festa julina a fim de arrecadar fundos para a reforma. Em uma sequência bonita, Dóris discursou defendendo a qualidade de ensino em sua escola, a garra dos professores e alunos e a escola pública como instituição e patrimônio da comunidade. Fiquei particularmente tocado.
Eu estudei na mesma escola pública (estadual) por todo o ensino fundamental (em meu tempo era da 1ª à 8ª série), dos 7 aos 15 anos. Mesmo quando minha família mudou-se para outro bairro, preferi continuar naquela escola a trocar por outra mais perto da nova casa. Tive a sorte de conviver com professores exemplares que não só me deram um ensino de qualidade como também ajudaram a formatar meu caráter. "Minha" escola era de fato uma extensão de minha casa, a tratava assim. Hoje, a Escola Básica Monsenhor Scarzello (em Joinville, SC) está abandonada, por má administração e descaso do governo do Estado. A comunidade tem se movimentado para reerguê-la. Um triste reflexo do quanto a qualidade de ensino decaiu nas últimas décadas.
Claro que o discurso de Dóris é muito bonito na teoria e na ficção. Na realidade, existem muitos professores e diretores relapsos – que a novela também mostra, como contraponto, na figura de Edgar (Marcello Antony), diretor do colégio vizinho. "Malhação" reforça a ideia de que uma instituição de ensino só é possível como uma força conjunta de responsabilidade do poder público, professores, alunos, pais e comunidade. Discurso pertinente para uma atração destinada ao jovem.
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"Belaventura", estreia da Record, começou movimentada. Ponto para a novela de Gustavo Reiz: a exemplo de "Escrava Mãe", seu trabalho anterior, "Belaventura" abre um leque de possibilidades folhetinescas que prometem render nos próximos meses. Gosto da proposta despretensiosa: mesmo com referências ("GoT", "The Tudors" e outras séries), "Belaventura" é o que é: um conto de fadas em forma de novela. O Ibope caiu muito, mas acredito que é questão de tempo para audiência embarcar nessa história. Tem seu público e vejo potencial.
"A Força do Querer" está arrembentando. Que linda a sequência do aniversário do filho de Bibi! Há muito estávamos órfãos de uma novela que movimentasse o público, que cumprisse sua função "catalisadora das massas". Além de Bibi, deslanchou o drama de Ivana (Carol Duarte), que finalmente teve um clique sobre sua condição de transgênero. E concordo com a crítica do amigo Maurício Stycer: uma pessoa como Ivana, com acesso a todo tipo de informação, há muito tempo já teria descoberto tudo o que se passa dentro de si – principalmente se considerarmos que houve uma passagem de tempo na novela. (leia AQUI).
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Errata
Eu havia publicado aqui que em "Novo Mundo" o vilão Thomas (Gabriel Braga Nunes) iria internar a mocinha Anna (Isabelle Drummond) como louca, usando essa informação para comprovar minha tese de que a novela das seis e "Os Dias Eram Assim", a supersérie das onze, além de terem uma trama muito parecida, caminhavam juntas, já que o vilão Vitor (Daniel de Oliveira) está prestes a internar a mocinha Alice (Sophie Charlotte) como louca.
A coluna errou, pois a informação sobre "Novo Mundo" não procede. Alessandro Marson, que escreve a novela com Thereza Falcão, chamou minha atenção para este fato. A única menção a uma suposta loucura de Anna foi feita em um comentário de Thomas sobre ela, de que Anna deveria estar louca. "Mas daí a dizer que ele irá interná-la há uma grande distância!", comentou Marson.
Peço desculpas pelo equívoco. E que bom que não haverá essa similaridade entre as tramas das duas novelas!
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