"Malhação" discutiu diferenças sem ser piegas, impositiva ou panfletária
Em tempos de tramas pobres para angariar audiência fácil, "Malhação" fez toda a diferença (não resisti a usar o subtítulo do programa). "Viva a Diferença" chegou ao fim nesta segunda-feira (05/03) como uma das temporadas mais aclamadas da história do programa. E com audiência alta: média de 20 pontos no Ibope da Grande São Paulo e 22 no Painel Nacional de Televisão – números não vistos na faixa desde 2009.
Em uma trama eficiente e bem amarrada, o texto de Cao Hamburger privilegiou os dramas dos personagens separadamente, revezando protagonismos. Uma narrativa seriada que funciona bem com a proposta da atração. Em sintonia com o texto, o bom trabalho do diretor artístico Paulo Silvestrini no trato com o elenco: enxuto, bem escolhido, exibindo uma agradável fusão entre atores novatos e experientes.
Não só as FIVE brilharam – Ana Hikari (Tina), Daphne Bozaski (Benê), Gabriela Medvedovski (Keyla), Heslaine Vieira (Ellen) e Manoela Aliperti (Lica) -, também os personagens de Matheus Abreu (Tato), Juan Paiva (Anderson), Lucas Penteado (Fio), Talita Younan (K1), Carol Macedo (K2), Bruno Gadiol (Guto), Vinícius Wester (MB), Isabela Scherer (Clara) e Giovanna Grigio (Samantha) tiveram momentos de relevância na trama e bom desempenho de seus jovens intérpretes. Entre os experientes, destaque para Lúcio Mauro Filho, Aline Fanju, Malu Galli, Daniela Galli, Marcelo Antony, Mouhamed Harfouch, Ana Flávia Cavalcanti e Lina Agifu.
"Viva a Diferença" bateu com louvor a meta de discutir tolerância, diversidade e representatividade – para jovens e adultos. Defendeu a escola pública e abordou assédio, abuso, racismo, homofobia, bullying, intolerância religiosa, preconceito social e com minorias, de forma leve, conforme a exigência do horário e o seu público alvo. Didática na medida certa, pontual e sem eufemismos, com eficiência e responsabilidade, sem imposições, panfletagem ou pieguice. Um exemplo de texto a ser seguido em nossa televisão.
Prova de que o público também aprecia roteiros bem elaborados e que não subestimam sua inteligência. Uma temporada divisora de águas na franquia, não dá mais para "Malhação" ficar nos romances bobocas entre adolescentes. A exemplo da novela "A Força do Querer", "Viva a Diferença" cumpriu um papel social em ressonância com a pauta da atualidade e que vai além do mero entretenimento passivo.
Leia também: Globo lança via Malhação campanha pela valorização da Escola Pública;
Entrevista com as protagonistas: discussão sobre tolerância, a repercussão do trabalho e projetos futuros.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.