Com a mesma boa e velha fórmula, O Aprendiz estreia bem, mas requer ajustes
Nilson Xavier
19/03/2019 00h40
A Band TV levou ao ar nesta segunda-feira, 18/03, mais uma temporada do bom e velho "O Aprendiz", talent show focado em empreendedorismo que já fez muito sucesso na Record, também com a apresentação de Roberto Justus. Confesso que estava com saudades, inclusive de Justus usando sua melhor frase (ou pior, depende de quem a ouve), que virou um bordão: "Você está demitido!".
Depois de edições com anônimos e celebridades, a novíssima temporada traz como participantes 18 influenciadores digitais, de diferentes segmentos. Uma galera que junta soma milhões de seguidores em redes sociais. E mesmo assim, a maioria deles desconhecida de muita gente – eu mesmo, dos 18, só conhecia 3!
A fórmula do programa e o seu modus operandi continuam os mesmos. Porém, o episódio de estreia provocou cansaço não só nos participantes, mas também no público. Refiro-me à primeira parte, que exibiu as provas de esforço físico, que exigiam resistência, habilidade e liderança (à exceção de uma prova de perguntas e respostas, bem simplesinha).
O influenciadores penaram para realizar as provas de esforço, enquanto em casa, o público recebeu apenas uma edição de imagens desgovernada, confusa e que pouco mostrou o que realmente acontecia entre os participantes. Nas salas de reuniões é que o público ficou sabendo que Jéssica Belcost – a eliminada da noite, da equipe Share – não era proativa, comunicativa e alinhada com os demais colegas de equipe.
Faltou a edição sinalizar eficazmente – nas imagens das provas – as falhas e acertos dos candidatos. Em compensação, as salas de reuniões, em que se decide quem será demitido, fizeram valer o programa. É justamente nelas que "O Aprendiz" apresenta o seu melhor apelo: as discussões para eliminar um dos candidatos. E Justus continua excelente, como o showman carismático e carrasco quando necessário.
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Sobre o autor
Nilson Xavier é catarinense e mora em São Paulo. Desde pequeno, um fã de televisão: aos 10 anos já catalogava de forma sistemática tudo o que assistia, inclusive as novelas. Pesquisar elencos e curiosidades sobre esse universo tornou-se um hobby. Com a Internet, seus registros novelísticos migraram para a rede: em 2000 lançou o site Teledramaturgia (http://www.teledramaturgia.com.br/), cujo sucesso o levou a publicar o Almanaque da Telenovela Brasileira, em 2007.
Sobre o blog
Um espaço para análise e reflexão sobre a produção dramatúrgica em nossa TV. Seja com a seriedade que o tema exige, ou com uma pitada de humor e deboche, o que também leva à reflexão.