Serginho Groisman reforça vocação para debate progressista no 'Roda Viva'
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Resumo da notícia
- Apresentador se mostrou preocupado com os rumos do país e diz que sofremos "desmatamento" da cultura
- Serginho afirma que tem trazido propositalmente questões como gênero e racismo para discussão
- Jornalista ainda relembrou que puxou cabelo de Silvio Santos e teve a possibilidade de ganhar uma fortuna para ficar no SBT
Entrevistado do "Roda Viva" desta segunda-feira (31), Serginho Groisman tremeu. Mesmo acostumado às câmeras, o apresentador não escondeu o nervosismo no começo do programa comandado por Vera Magalhães, quando perguntado sobre racismo estrutural por parte de um dos convidados do "Altas Horas". Com passagens por emissoras como Gazeta, Cultura, SBT e Globo, o jornalista reforçou ao longo da conversa sua grande vocação para o debate progressista.
Assim como Marcelo Adnet, Serginho se declarou a favor dos direitos humanos. Criticou o governo e o presidente Jair Bolsonaro pelo retrocesso. "Não quero voltar a ver receita de bolo nos jornais", afirmou ele, em alusão ao tempo de censura, depois de afirmar que o país passa por um processo de desmatamento da educação e da cultura.
Foi em suas lembranças do tempo do SBT, no entanto, que surgiram declarações curiosas. Depois de aceitar o convite de Silvio Santos e puxado o cabelo do apresentador - que ainda era de verdade, segundo ele -, Serginho lembrou que o icônico "Programa Livre" passou por 45 trocas de horário. Chegou a ganhar do homem do Baú um sinal verde para um projeto de talk show e teve a possibilidade de ganhar uma fortuna para se manter no canal. Decidiu experimentar e segue na Globo há 20 anos.
Equilibrado em suas ponderações, Serginho, sem jovial, negou que queira aparentar ter a idade de sua plateia, mas assumiu a disposição para trazer questões progressistas para discussão. Entendeu que é necessário falar sobre questões de gênero - "filhos com dois pais ou duas mães" - e ouvir pessoa que já sofreram racismo. Vítima de ataques virtuais e fake news, se mostrou incomodado com os rumos de nossa sociedade, mas espera um abraço coletivo da plateia após pandemia em seu programa de auditório.
Moderno, o apresentador soube se reinventar e se atualizar. Ele pode não ter a resposta para o futuro da TV, mas sabe que o diálogo é o caminho mais interessante a ser tomado.
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