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2019, o ano da verdadeira Ludmilla

Ludmilla - Reprodução/Instagram
Ludmilla Imagem: Reprodução/Instagram

Colunista do UOL

26/12/2019 11h46

A primeira coisa que você precisa aprender sobre Ludmilla: ela é de verdade. Ludmilla não sabe "criar um personagem" ou ser alguém que não é. Parece óbvio falar isso mas não é. É natural do ser humano querer sempre ser alguém melhor, mais rico, mais inteligente, mais bonito, mais bem posicionado socialmente, fazer "um tipo" pra sociedade. É normal. Ludmilla é o oposto disso tudo. Ela é 100% de verdade, até demais, diga-se de passagem. E 2019 foi o ano que o Brasil conheceu a verdadeira Ludmilla.

Foi em 2019 que Lud resolveu falar de maneira tranquila e leve sobre a sua sexualidade, algo que era uma grande barreira interna. Ela tinha medo de ser rejeitada. Só que Ludmilla percebeu que os dias de hoje não aceitam mais gente de mentira, gente que vive uma vida que não é sua, que quer parecer maior do que de fato é. E Ludmilla percebeu que a sua verdade é maravilhosa, sua autenticidade é encantadora e suas atitudes, por mais simples, são absolutamente genuínas. E é isso que as pessoas querem.

Foi em 2019 que Ludmilla percebeu que poderia sim buscar um espaço seu no mercado internacional sem falar inglês e, por algumas vezes, se atropelando no Português. Isso pouco importa. Até porque Ludmilla fala exatamente a língua do povo brasileiro.

Nelson Rodrigues já dizia que toda unanimidade é burra. E Ludmilla percebeu em 2019 que o fato de não ser unanimidade não é nenhum grande problema. Ainda mais na era da internet, em que todos têm opinião fundamentada sobre tudo, não ser aceito pela imensa maioria é absolutamente normal. E Lud resolveu viver intensamente a sua verdade.

Graças a essa verdade, em 2019, Ludmilla alcançou números e marcas jamais alcançados antes. Graças a essa verdade, Ludmilla foi ovacionada no Rock in Rio e se tornou a grande vitoriosa no Prêmio Multishow de Música Brasileira.

Aliás, um dos momentos mais marcantes das artes deste ano, foi o que ela recebe o prêmio, entre aplausos e vaias (e sob lágrimas) e decide agradecer inclusive às vaias. Naquele instante, ao vivo, para todo Brasil, estava a verdadeira Ludmilla, uma mulher, linda, negra, homossexual, da Baixada Fluminense, que decidiu, felizmente, viver sua verdade.

Ludmilla termina o ano com um feito raro. Ela emplacou três hits - "Invocada", "Onda Diferente" e a mais recente, "Verdinha". Aliás, por falar em "Verdinha", podem apostar. É a principal candidata a ser a música do verão. Ela passa de 24 milhões no Youtube, mesmo sendo proibida para menores. A proibição só impulsionou ainda mais a música e vai garantir que Lud termine um ano com chave de ouro e comece 2020 nas paradas.

Blog do Leo Dias