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Youtube passa a treinar artistas e especialista aponta: 'Precisa de regras'

Live de Gusttavo Lima foi um dos sucessos  - Reprodução/Youtube
Live de Gusttavo Lima foi um dos sucessos Imagem: Reprodução/Youtube

Colunista do UOL

16/04/2020 13h45

O novo mercado de lives e os poderosos recordes de visualização dos artistas brasileiros no Youtube - entre eles Gusttavo Lima, Marília Mendonça e Jorge e Mateus - abriram os olhos da plataforma de vídeos do Google. Por isso, diversos artistas e escritórios de música que já divulgaram suas próximas lives, vêm recebendo treinamento especial para estarem dentro das normas.

A Coluna do Leo Dias descobriu que este treinamento vem sendo feito por uma profissional responsável pelas estratégias do Youtube - Sandra Jimenez - e, de acordo com a assessoria de imprensa da plataforma, não foram criadas novas regras para este momento do 'boom' das lives, mas sim regras antigas - incluindo de direitos autorais - que precisam ser obedecidas. Quem não seguir a norma poderá ter sua live derrubada.

Até mesmo os comentários de fãs nas lives precisam, de acordo com o Youtube, ter uma moderação. Sem falar, é claro, na orientação de lugares na tela que são permitidas publicidades. Apenas nas bordas da tela é possível incluir propagandas, que podem ser monetizadas via Youtube.

'As regras do Youtube terão que mudar em algum momento'

Especialista no mercado digital há mais de 10 anos e responsável por lançar grandes nomes do Youtube, João Mendes conversou com a Coluna do Leo Dias sobre o sucesso das lives no período da quarentena e, apesar da plataforma ainda não ter mudado suas normas de funcionamento, ele acredita que chegará o momento que o Youtube terá que rever algumas regras.

Ele cita, como exemplo, o uso excessivo de publicidade com marcas de bebida alcoólica.

"Não tenho dúvidas que o Youtube precisará interferir. Precisa de regras. Tudo que começa na internet tem uma liberdade maior, e depois vai se ajustando. Por exemplo, as marcas de bebida estão com muita agressividade nas lives. Pode ter uma boa questão financeira, mas tem algo negativo também, já que temos dados altíssimos do aumento da depressão ligada ao alcoolismo e o quanto isso é prejudicial", justifica João, que acredita que no primeiro sinal de repercussão negativa por conta de bebidas alcoólicas, já será necessária nova medida por parte da plataforma de vídeos.

João classifica as lives com algo bastante positivo para o momento, mas também aponta que a questão de doações dos artistas poderia ser feita de outra maneira. Ele acredita que essas doações deveriam acontecer antes das lives, e que histórias de pessoas ajudadas poderiam ser contadas pelos artistas. "Imagine só exibir histórias que inspiram e que precisam de ajuda. E contar que aquela pessoa já está sendo ajudada. Levar para a live o pedacinho da história de alguém. Isso com certeza seria mais interessante e aumentaria também o engajamento do artista", opina.

O especialista diz ainda que artistas que colaboraram durante a quarentena sairão deste período com uma imagem melhor: "Isso definirá a popularidade dele quando tudo voltar ao normal."

*Com colaboração de Lucas Pasin

Blog do Leo Dias