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Comédia realista "Crashing" estreia com nu frontal masculino; lembre outros

Pete Holmes na série "Crashing" - Divulgação/HBO
Pete Holmes na série "Crashing" Imagem: Divulgação/HBO

Do UOL, em São Paulo

19/02/2017 04h00

Um marido chega em casa e pega a mulher no flagra com o amante. Em um canal aberto ou um blockbuster do cinema, os três protagonistas da cena certamente estariam vestidos. Mas não em “Crashing”, nova série da HBO: bebendo da fonte de “Girls” para trazer um humor baseado em situações reais, a produção deixou a vergonha de lado e colocou um nu masculino (do amante, no caso) logo em seu episódio de estreia, que foi ao ar neste domingo (19).

A pequena ousadia segue uma tendência que já está se popularizando entre as séries – até “Game of Thrones”, criticada pelo excesso de nudez feminina, liberou tudo (veja mais na lista abaixo). “Gosto de pensar que é a boa e velha igualdade”, diz Pete Holmes, criador e protagonista da série, em conversa com jornalistas da América Latina nesta semana.

Lauren Lapkus e George Basil na série "Crashing" - Divulgação/HBO - Divulgação/HBO
Lauren Lapkus e George Basil na série "Crashing"
Imagem: Divulgação/HBO

Mas, para além da igualdade, o nu de Leif (George Basil) também casa com a proposta da série de trazer um humor realista. “Sabe quando você vai ver um filme e todo mundo está usando camiseta e roupa de baixo? É tipo ‘pensei que eles estivessem transando, mas isso não faz sentido’. É divertido poder fazer essa cena de forma realista na TV, que não seja só [com nudez] de mulheres, e fazer com homens e mulheres reais, que você consegue acreditar que eles estavam fazendo sexo”, explica o comediante.

Na série, Holmes interpreta uma versão ficcional de seu eu mais jovem, ainda em início de carreira. Fruto de uma criação religiosa, ele casou com sua primeira namorada e foi traído. Na época, ele ainda estava no início de sua carreira no stand-up engrenar, e, sem casa, teve de dormir nos sofás de outros comediantes enquanto tentava se firmar no meio.

A opção por contar a própria história foi natural para o comediante. “Qual é a história que eu posso contar melhor do que todo mundo? É a minha própria história”, diz ele, que foi apadrinhado por Judd Apatow, produtor por trás de outras comédias com pés na vida real, como “Girls” e “Love”. É o dedo dele, aliás, que está em muitas das situações ficcionais da trama.

“Acho que uma das coisas em que Judd Apatow é ótimo, é em pegar algo e torná-lo mais engraçado, mais emocionante. O que é real na série, com certeza, é a emoção. Mas Judd sempre dizia que algo precisava acontecer. Eu escrevia a história como ela realmente aconteceu, mas aí talvez houvesse um acidente de carro, um roubo”, relembra Holmes.

Stand-up de mentirinha

Entre as provações que Pete Holmes enfrenta no primeiro episódio da trama, uma é fazer no susto, um show de stand-up, que tem uma recepção gelada do público. Mas como é, para um comediante já experiente, fazer uma performance ruim de faz de conta? O truque é a repetição. “Mesmo que a piada seja meio engraçada, se você faz ela de novo e de novo para a mesma plateia, na quarta vez que eles escutarem, eles não vão rir nada”.

O que não quer dizer que a experiência não tenha tido suas dificuldades. “Perfomar para 300 pessoas, e ninguém estar rindo, mesmo que seja só para a TV, magoa um pouco”, conta o comediante.

Também complicado para ele foi se desdobrar como protagonista e criador de uma série. “É meio como se fosse um bom garçom e de repente, te pedem para abrir um restaurante”, define. “É muito difícil. No stand-up, você basicamente escreve exatamente o que aconteceu com você. E quando você está escrevendo um roteiro, há vários personagens diferentes, várias perspectivas diferentes, e você tem que contar uma história”.

Apesar de as coisas não serem fáceis para Holmes nesta temporada, ele acredita que a série traz uma mensagem esperançosa em um mundo que enfrenta várias crises políticas. “Tenho visto mais pessoas tentando encontrar escape e alívio no humor. Parece que é uma boa época, socialmente, para fazer coisas que sejam realmente engraçadas. Acho que as pessoas precisam rir, mais do que nunca”. 

"Crashing" vai ao ar à 0h30 (na madrugada de domingo para segunda-feira).

*** A REDAÇÃO DO UOL ADVERTE: SE VOCÊ NÃO QUER VER CENAS DE NU FRONTAL MASCULINO, NÃO CONTINUE LENDO ***

Outras séries também já despiram os homens

  • Reprodução/HBO

    "Game of Thrones"

    A série baseada nos livros de George R. R. Martin despiu Theon (Alfie Allen) na primeira temporada. Mas os nus masculinos eram tão poucos que até Emilia Clarke, a Daenerys, fez campanha para a HBO liberar mais deles. Pedido atendido: na sexta temporada, foi exibido na série uma cena bem explícita, focada no pênis de um dos integrantes da trupe de teatro que Arya (Maisie Williams) encontra em sua jornada.

  • Reprodução

    "Sense8"

    O bonitão e perigosos Wolfgang (Max Riemelt) é um dos galãs da série da Netflix - e com certeza o que mais mostrou os dotes em cena.

  • Reprodução

    "The Affair"

    A série exibiu Max (Josh Stamberg) nu após uma cena tórrida com Helen (Maura Tierney). O ator, em entrevista à revista "Entertainment Weekly", disse que ficou tranquilo por saber que a cena não seria gratuita.

  • Reprodução

    "The Leftovers"

    Ousada, a série usou a nudez masculina em um contexto pouco visto na TV; o estupro de um homem por uma mulher. Tom (Chris Zylka) foi violentado por Meg (Liv Tyler) e, em seguida, para ser humilhado, foi deixado no meio do nada sem calças.

  • Reprodução

    "Penny Dreadful"

    A série quebrou muitos tabus, e esse foi um deles: exibir a nudez do ator Jonny Beauchamp na pele de Angelique, uma prostituta transexual da era vitoriana.