"Quero personagens que inquietem o público", diz Tony Ramos sobre vilão
De foragido da Justiça, que jurava inocência, a um dos bandidos mais perigosos da facção de "A Regra do Jogo". A revelação do verdadeiro caráter de Zé Maria, autor do massacre de Seropédica e capaz de matar inocentes para proteger um segredo da organização, teve boa aceitação do público, segundo Tony Ramos. Com mais bons moços que vilões em sua trajetória televisiva, o ator diz nem ter cogitado sentir qualquer medo de rejeição com a virada.
"Não tenho nem idade pra isso. Sou um ator que sobrevive experimentando. Ator não pode ser cidadão que vira os olhos para a realidade que o cerca. Nesse momento da minha carreira, quero personagens que me inquietem e que inquietem o público. Você pode até encontrar alguém que diga: 'Não gosto'. Mas no grupo de discussão, em nenhum momento, o público foi contrário. E eu não fico pensando se vão gostar ou não. Personagens como esse provocam discussão de alguma forma. Ele é um psicopata, um tipo que defende o filho, que não quer que tenha o mesmo destino que ele, mas é frio, calculista", analisa o ator.
Segundo o intérprete, a reação dos telespectadores foi "a melhor possível". "Estou nessa profissão há muitos anos e conheço o público, sei como ele se manifesta. Essa semana mesmo, no posto de gasolina, os frentistas vieram me pedir pra tirar fotografia, e isso é só para ilustrar a repercussão. A gente não pode subestimar o espectador", lembra ele, reforçando que também viveu um mau-caráter recentemente em 'O Rebu' (2014). "Fazia um homem de negócios que mandava matar, era um criminoso de colarinho branco", conta.
Entre tantos personagens de sucesso na carreira, o violento Clementino de "Torre de Babel" (1998), no entanto, não ganhou a torcida do público. Na trama de Silvio de Abreu, o pedreiro saía da cadeia depois de cumprir uma pena de 20 anos por ter matado a mulher e o amante dela. Mas o ator minimiza a importância do episódio.
"A novela não mudou por causa disso. O que houve foi uma antecipação da explosão no shopping, porque na época houve rejeição às personagens homossexuais (vividas por Silvia Pfeifer e Christiane Torloni) e ao personagem do Marcello Antony, que aparecia drogado. Acharam forte, então o Silvio resolveu dar um tempo", argumenta.
Sobre os próximos passos de Zé Maria na novela de João Emanuel Carneiro, Tony classifica como "inimagináveis". Mas revela que a morte de Djanira (Cássia Kis), antecipada do capítulo 51 para o 42 (que vai ao ar no dia 17), foi uma estratégia do autor. "É um pulo importante dramaticamente para o Romero (Alexandre Nero), para o meu personagem, para o Juliano (Cauã Reymond) e para a Tóia (Vanessa Giácomo). Os quatro gravitavam em torno dela, então essa mudança vai ser fundamental", acredita o ator.
"'A Regra do Jogo' é uma linda novela, com discussões pertinentes sobre essa linha tênue entre a violência e a bondade. Quando topei fazer, não tinha a menor dúvida de que haveria uma polêmica embutida, que é essa relação do bem e do mal", conta.
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