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Em vídeo, Porta dos Fundos ironiza boicote e R$ 7,5 milhões da Lei Rouanet

Gregório Duvivier, Fábio Porchat e Antonio Tabet no vídeo "Reunião de Emergência 3, a Delação 2" do Porta dos Fundos - Reprodução/Youtube
Gregório Duvivier, Fábio Porchat e Antonio Tabet no vídeo "Reunião de Emergência 3, a Delação 2" do Porta dos Fundos Imagem: Reprodução/Youtube

Do UOL, no Rio

11/04/2016 14h22

O Porta dos Fundos lançou um novo vídeo, "Reunião de Emergência 3, a Delação 2", nesta segunda-feira (11) em resposta às milhares de críticas recebidas pelo vídeo "Delação", publicado na semana passada no Youtube. O vídeo gerou comentários revoltados de alguns internautas que sugeriam um boicote ao canal de humor e fez com que eles perdessem centenas de seguidores. Algumas pessoas afirmaram que o canal defendia o PT porque foi autorizado a captar verba pela Lei Rouanet.

Antonio Tabet, um dos criadores do Porta dos Fundos, publicou o novo vídeo em seu Facebook e desabafou na rede social:

"Esse vídeo é dedicado aos que são meus amigos de verdade, aos que fingem ser meus amigos de verdade mas soltaram um veneninho no bar comentando 'Você viu que a casa deles caiu com esse negócio de Lei Rouanet, né?', aos meus inimigos que me enchem de orgulho por serem meus inimigos, aos vloggeiros reacinhas de merda e aos profissionais que estão caçando corruptos por aí", desabafou.

Em tom irônico do início ao fim, Antonio Tabet, Fabio Porchat, Gregorio Duvivier e João Vicente de Castro, vestidos com camisas do PT e da CUT questionam o que farão agora que foram descobertos pelos "coxinhas".

"Companheiros do humor, a casa caiu. Ligaram os pontos, esses comentaristas de política do Youtube são muito inteligentes. Fomos desmascarados. Perdemos mais de um milhão de seguidores na última hora", avisa Tabet, que conclui como foram descobertos:

"Está tudo muito bem explicado em memes de Facebook. Também puderam, alguém deu muita pinta, né seu Gregório?".

Gregório Duvivier, que já afirmou ter votado em Lula, defende-se enquanto come caviar e bebe champanhe.

"Eu não consigo disfarçar, o Lula é um ladrão que roubou meu coração. Quando eu vejo, gente, não dá, é mais forte que eu. Eu tenho que defender o PT".

"A gente fez 20 vídeos falando só mal do governo e quando a gente fez o único vídeo que a gente realmente queria fazer, os coxinhas vão lá e desmascaram a gente", diz João Vicente.

O grupo ainda cita os R$ 7,5 milhões aprovados para captação via Lei Rouanet para o filme "Porta dos Fundos — Contrato Vitalício".

"Fábio, pega logo os R$ 7,5 milhões que o Lula mandou para a gente pela lei Rouanet e coloca logo na maleta, que a gente vai ter que sumir por uns tempos", diz Tabet.

"Gente se vocês quiserem a gente pode ir pra uma das minhas inúmeras coberturas no Leblon, são muitas e ninguém nunca vai suspeitar que a gente está no Leblon", completa Gregório.

Na semana passada,  Tabet defendeu-se no Facebook sobre o boicote ao canal feito por internautas contrários ao governo atual. O polêmico vídeo "Delação" mostrou um agente da Polícia Federal, interpretado por Gregório Duvivier - que se posiciona politicamente contra o governo Dilma - fazendo a delação de um político corrupto, vivido por Fábio Porchat. O agente pouco se importa com as denúncias contra políticos do PSDB e só se empolga quando ele cita que durante um jantar em Paris comeram arroz de lula.

"Quer evitar coxinhas? Não saia do seu quarto. Quer evitar petralhas? Idem. Há pessoas dos dois lados aqui na Porta, na Globo, na Band, na sua novela favorita, no supermercado que você faz compras, no salão de beleza, na igreja que frequenta, na mesa do bar, no time pelo qual você torce e, se duvidar, até no quarto do lado. Esse revanchismo bobo só fomenta o ódio. Incentivar a censura ou a intolerância nada mais é que um recibo de que você pode ser tão fascista quanto os fascistas que critica. Sejam eles imperialistas americanos ou comunistas cubanos. Sem falar na ignorância de quem coloca a Lei Rounet no bolo sem saber que não cobramos cachê que cobraríamos em outros filmes, mas pagamos com justiça uma equipe com centenas de profissionais trabalhando no país da crise...".