"Liberdade, Liberdade" aposta na aventura, e elenco vibra com cenas de ação
As menções à Inconfidência Mineira e à vinda da corte real portuguesa para o Brasil podem até remeter às aulas de História, mas o elenco de "Liberdade, Liberdade", que estreia nesta segunda-feira (11), após "Velho Chico", voltou a ser criança mesmo na hora de gravar as várias cenas de ação que dão o tom da novela. Além de poder carregar um pouco mais nas tintas nas cenas de sexo, que o horário permite, a trama que conta a história de Joaquina (Andreia Horta) aposta suas fichas num elemento pouco explorado nos folhetins mais recentes: a aventura.
Intérprete da filha de Tiradentes (Thiago Lacerda), que volta ao país 20 anos após a morte do pai, Andreia classifica a preparação para o trabalho de "bem radical", já que o elenco teve aulas de tiro, de esgrima e de equitação. "Era um tempo mais selvagem. Gravar com aquela roupa, lutando, atirando, mantendo a arma no punho horas para fazer uma sequência inteira, sobe no cavalo, senta no formigueiro... É uma loucura! Aí eu reclamava: 'Ai, meu cabelo'. Joaquina me revela a mulherzinha que mora em mim", brinca a atriz.
Bruno Ferrari, que volta à Globo depois de 10 anos na Record, no papel do revolucionário Xavier, comemora a chance encarnar os heróis da infância. "Gravei outro dia uma cena de espadas maravilhosa, me senti o Highlander (risos)! A gente tenta fazer com o maior cuidado possível porque está ali na adrenalina, pode ser que se machuque, mas faz parte", afirma.
Mateus Solano, que encarna o vilão Rubião, já machucou o braço durante uma cavalgada. E é por situações como essa que o diretor Vinícius Coimbra não curte tanto comandar sequências de ação. "É trabalhoso, mas, principalmente, é tenso. Como diretor, voce é responsável pela integridade física dos atores e dos dublês. O cara que vai capotar com o cavalo e rolar no chão é um ser humano. Se ele se machuca, você fica se sentindo culpado", afirma.
Mas a graça está no desafio, para Dalton Vigh, sedentário convicto, que passou a malhar sempre que pode para aguentar o pique que as cenas de Raposo exigem. "A gente é moleque, a gente fazia essas brincadeiras com 7, 8 anos de idade. E hoje ganhamos para isso! Ficar sentado vendo o dublê fazer não tem graça, o legal é botar a mão na massa, mas dentro do limite. Uma vez fui tentar pular de uma pedra lá em Diamantina para mostrar para o diretor que eu conseguia fazer e quase torço o joelho. Enfim, é a idade", brinca o ator de 51 anos.
Para o autor Mario Teixeira, a aventura é mais um ingrediente útil para a trama. "Gosto muito de Alexandre Dumas (autor de "Os Três Mosqueteiros" e "O Conde de Monte Cristo"), era um autor que usava e abusava da História a serviço da narrativa. Ele invertia a cronologia dos acontecimentos, retardava a morte de personagens históricos para que coincidisse com os personagens da história dele, e ele foi o inventor do folhetim de capa e espada. Gosto de fazer isso também", afirma.
Muita ficção com fundo histórico
Apesar de retratar um período histórico do país, "Liberdade, Liberdade" vai usar bastante da imaginação: além de muitos personagens fictícios, a novela também vai recriar a trajetória da própria Joaquina, sobre a qual não existem muitas informações precisas. No folhetim, a protagonista (vivida por Mel Maia na infância) é resgatada por Raposo após a morte dos pais e passa 20 anos em Portugal.
Em 1808, retorna a Vila Rica, em Minas Gerais, com o nome de Rosa, e se revolta ao encontrar um cenário de violência e miséria. Aos poucos, envolve-se com Xavier, noivo de Branca (Nathalia Dill), e Rubião, o homem que traiu seu pai.
"Pude fazer o que quis com a Joaquina, porque ninguém sabe quem ela foi, na verdade. Essa garota sumiu no tempo. Que fim levou a filha de um sujeito que foi amaldiçoado, né? Na novela, ela herdou a força dos dois pais: do Raposo, tem o lado prático, e do Tiradentes, o lado idealista. Ela é uma mistura dos dois, é uma sonhadora, mas tem os pés no chão", afirma o autor.
4 Comentários
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Era tudo que faltava. Mais uma produção para reforçar esse mito construído pelos governos militares, chamado Tiradentes. Passarei longe.
Não dá para fazer uma série ou novela sem violência, sem sacanagens!