Programa do SBT com famílias terá casal de mulheres, mas só uma será "mãe"
Nova aposta do SBT, "Acontece Lá em Casa" reunirá 13 famílias para uma espécie de "terapia de grupo". A atração, que começa em setembro, gerou polêmica antes mesmo da estreia. Uma das famílias é formada por um casal lésbico, porém apenas uma será a "mãe" no programa comandado pela psicóloga Elizabeth Monteiro e sua filha, a atriz e apresentadora Gabi Monteiro.
Carol Campos e Simone Santos moram juntas há dez anos. As duas são mães de Pedro, de 1 ano e 2 meses, gerado por meio de inseminação artificial. Carol decidiu se inscrever para "Acontece Lá em Casa" e foi selecionada para ser uma das 13 mães do programa. Já sua parceira aparecerá somente em fotos.
Para as apresentadoras do programa, a explicação para a ausência de Simone é simples. "Só ela [Carol] se inscreveu. Soubemos que era um casal homoafetivo depois que lemos a inscrição", justifica Gabi Monteiro. "Chegamos a pensar, mas a ideia não era trazer casais, e elas são um casal. Se eu abrisse [exceção], teria que abrir espaço para os maridos das outras participarem", complementa.
"Não estamos trazendo o casal, então trazemos a mãe biológica. Nem passou pela nossa cabeça colocar as duas porque seria outro formato, teria que incluir o casal. Penso que sairia um pouco do contexto", afirma Elizabeth Monteiro.
Carol Campos concorda com a decisão do programa de apresentar somente ela como mãe e diz que já sabia da restrição: "Ela [Simone] é menos faladora do que eu, não falaria em um programa, é mais tímida. Acho que nesse caso não fariam com duas da mesma família, a ideia não é essa. Quis me inscrever para pedir ajuda para uma questão mais minha, não da família".
Programa não é "Supernanny"
Em "Acontece Lá em Casa", mães com filhos de até oito anos se reúnem na casa de Gabi Monteiro e falam sobre seus problemas familiares em uma espécie de terapia de grupo. Das 13 edições, seis já estão prontas. O programa com a história do casal homoafetivo ainda será gravado.
"É uma sessão de psicodrama pedagógico. Como é na TV e não há tempo, não temos a proposta de uma terapia, mas uma proposta pedagógica de levar as mães olharem para dentro de si, sentirem o que elas estão sentindo e se colocarem no lugar das outras", explica Elizabeth Monteiro.
O formato foi criado por Gabi Monteiro e sua mãe baseado nos livros da psicóloga, especialista em conflitos familiares. O programa é visto como uma nova versão de "Supernanny", reality com famílias exibido entre 2006 e 2014 pelo SBT. As apresentadoras, no entanto, rejeitam a comparação.
"A ideia é trazer as outras pessoas através de cenas, e não de histórias reais como a Supernanny, que entra na casa e conhece pai e mãe", afirma Gabi Monteiro. "Não tem nada a ver com 'Supernanny'. É um formato totalmente diferente. Não tem receita. Não é dizer 'Faça isso, faça aquilo'. É dizer 'Pense', 'O que acha que deve fazer?', Por que seu filho está fazendo isso?' É muito mais profundo", completa Elizabeth.
Diversidade
Mais de 1.000 mães se inscreveram pelo site do SBT. Gabi e Elizabeth se preocuparam em diversificar o perfil das participantes. Há por exemplo, uma mãe adotiva, uma divorciada, uma desempregada e outra que trabalha fora o dia inteiro. O casal homoafetivo foi exigência da psicóloga: "A preocupação delas é como tornar este mundo menos difícil para o filho. Como formar o filho para enfrentar este mundo tão preconceituoso".
O programa, feito em parceria com a produtora Sétima Arte, tem patrocínio do Brasilprev, plano de previdência do Banco do Brasil, e captou R$ 949.950,00 da Ancine (Agência Nacional de Cinema). Ocupará meia hora da programação do SBT nas manhãs de domingo. As apresentadoras também querem produzir temporadas com mães de adolescentes, pais e avós.
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